O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que a gestão do presidente da República, Michel Temer, não pode perder tempo em implantar as medidas necessárias para tirar o Brasil da atual crise, retomar o crescimento econômico e recuperar o nível de emprego. "O governo Temer não pode perder tempo, tem de agir rápido", disse o tucano, em entrevista à Rádio Gaúcha transmitida na manhã desta sexta-feira.
Agora, tem de haver convencimento da população (sobre a necessidade de aprovação das medidas em discussão), e esta é uma tarefa não apenas do governo, mas de todos nós", emendou.
Dentre as reformas necessárias, em sua avaliação, está a política. "Não dá para ter 35 partidos, 28 no Congresso Nacional, é uma grande fragmentação da representação parlamentar", disse Alckmin, que também citou as reformas previdenciária, trabalhista e tributária.
"Tenho confiança que o Brasil retomará o crescimento econômico, mas quanto mais rápido (a gestão Temer) agir, melhor. O governo deve encaminhar logo as reformas, caberá ao Congresso fazer o debate e agilizar (a tramitação), este é o momento porque o ambiente político é favorável, mas o convencimento é tarefa de todos."
Na entrevista, o governador de São Paulo disse que o PSDB tem compromisso com a população brasileira e ajudará o Brasil a sair da atual crise. "Não podemos perder mais um ano, é preciso retomar o emprego e a renda. Temos 40% da indústria ociosa e, de outro lado, 12 milhões de desempregados, numa espiral recessiva. Se falta confiança, cai o consumo e a produção e aumenta o desemprego, temos de romper com isso. O Brasil só participa com 3% do comércio mundial, temos ainda 97% pra vender lá fora, é preciso uma agenda de competitividade."
Lava-Jato
Ainda na entrevista, Alckmin falou da operação Lava Jato. "Sempre defendemos as investigações, a primeira questão é a transparência absoluta, seja qual partido for." E emendou: "Quero saudar a Lava Jato, pois essa operação encerra um período de impunidade Brasil e quero saudar também o STF, pela decisão de manter a possibilidade de prisão a condenados em segunda instância. Não se pode ter impunidade, a cultura da 'Lava Jato' veio para ficar."