A pesquisa investigou o resultado das urnas nos 853 municípios mineiros, sendo que, em quatro deles, a disputa ainda está em aberto no segundo turno – Belo Horizonte, Contagem, Juiz de Fora e Montes Claros. Segundo o levantamento, 39% dos prefeitos eleitos já atuaram em outros mandatos, seja como vereador, deputado ou até mesmo prefeito, em gestão mais antiga. Já 36% dos vencedores do pleito vão exercer um mandato pela primeira vez e 24% dos prefeitos foram reeleitos.
“A crise afetou muito o quadro de novos prefeitos. O que mais chamou a atenção foi que os eleitores fugiram de políticos conhecidos. O índice de estreantes que estão no primeiro mandato é grande”, afirma o presidente da AMM, Antônio Andrada (PSB), prefeito de Barbacena, na Região Central do estado.
Embora a pesquisa não traga esses números, ele afirma que muitos prefeitos acabaram não tentando a reeleição e outros tantos não tiveram sucesso na empreitada nas urnas. “Com a crise, a falta de dinheiro e de perspectiva, prefeitos estavam um pouco desanimados. A população também mostrou sua insatisfação com os políticos atuais”, analisa o presidente, que reforça que os novos gestores terão que passar por uma adaptação ao cargo político num momento de crise, escassez de recursos e dificuldade de interlocução com estado e União.
SUCESSÃO O próprio Andrada optou por não tentar a reeleição, segundo ele, porque vai disputar as eleições em 2018. Em Barbacena, ele acabou lançando como sucessor o nome de seu secretário Luís Álvaro (PSB), que comanda ao Serviço de Água e Saneamento do município. Numa disputa acirrada entre oito candidatos, Luís Álvaro acabou ganhando, com 22,42% dos votos. “Resolvemos apostar não em um político tradicional, mas que tivesse perfil mais técnico”, diz Andrada.
O levantamento mostrou também que, entre os prefeitos eleitos, 791 são homens, o que representa 93% do total. As mulheres ficaram com apenas 7% das prefeituras, num eleitorado composto por 51,7% de eleitoras. A boa notícia é que, apesar de o percentual de prefeitas ser baixo, elas tiveram sucesso na campanha, já que representavam apenas 8,9% das candidaturas ao Executivo municipal, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).
Segundo a pesquisa da AMM, o PMDB conquistou a maior parte das prefeituras mineiras, com 164 eleitos, o equivalente a 19% do total. O PSDB ficou em segundo lugar e fez 132 prefeitos em Minas, que soma 16% das vagas. O PT ficou em nono lugar, com 41 eleitos, ou seja, 5% das prefeituras. “Vemos um aumento da pulverização dos partidos nas prefeituras. PMDB e PSDB, que são os partidos mais estruturados no país, continuam em maior número, enquanto o PT acabou pagando o preço da crise e perdeu praticamente a metade das prefeituras”, analisa Andrada.