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Grupo 'Muda PT' exige mudanças no partido e convoca encontro para dezembroPara ex-ministro, renovação da direção do PT não deve ser prioridade'Precisamos fazer uma autocrítica', avalia secretário nacional de Formação do PTPT-RS pede realização imediata de congresso para escolher nova direção nacionalLula defende congresso para eleição de nova direção do PT'Não se muda o PT com ultimatos nem caça às bruxas', diz GuimarãesEm artigo, Lula se diz vítima de 'caçada judicial'Lula não esconde a apreensão com o racha no PT e insiste em que é preciso deixar de lado as disputas entre grupos, fazer uma autocrítica e assumir o papel de oposição "propositiva" ao governo do presidente Michel Temer.
A cúpula petista está preocupada com a possibilidade de prisão de Lula, que é réu na Lava Jato, e com a sobrevivência política do partido. Nos bastidores, dirigentes dizem que o governo Temer teria orientado a Polícia Federal a "aniquilar" o PT para impedir que a legenda volte ao poder em 2018.
Nos últimos dias, Lula se reuniu com dirigentes da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT. Ele também conversou com líderes da Articulação de Esquerda e receberá integrantes da Mensagem ao Partido.
O mandato da atual direção do PT venceria em novembro de 2017, mas, diante do agravamento da crise, será antecipado, provavelmente para abril ou maio. Embora Lula apoie a mudança, apela para o fim do confronto entre as correntes.
Somente neste ano, o PT assistiu ao impeachment de Dilma Rousseff, sofreu a maior derrota eleitoral com a perda da Prefeitura de São Paulo e viu importantes nomes do partido serem presos, como o ex-ministro Antonio Palocci. Dois ex-tesoureiros do PT estão na cadeia.
'Muda PT'
Diante desse quadro, cinco correntes minoritárias do PT decidiram na segunda-feira, 17, em plenária, reforçar o movimento de pressão para trocar a cúpula do partido. Sob o mote "Muda PT", o grupo resolveu convocar um encontro, nos dias 3 e 4 de dezembro, para debater os rumos da sigla.
"Nós não queremos individualizar a crítica nem estamos dando um ultimato, mas a ideia de que tudo o que sofremos vem do ataque da direita impede um debate crítico", disse o secretário de Formação do PT, Carlos Árabe. Apesar de parlamentares que compõem o grupo argumentarem, a portas fechadas, que pode ocorrer nova debandada no partido se não houver mudanças de práticas internas, Árabe afirmou estar otimista com as discussões. "Queremos oxigenar o PT", insistiu.
Para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), o comando do partido demonstrou não ter capacidade de conduzir esse debate.
Um manifesto do "Muda PT", aprovado na noite de segunda-feira, 17, pede que a direção convoque "imediatamente" o 6.º Congresso, com o objetivo de discutir uma nova estratégia e um programa, além de eleger novos dirigentes.
O grupo defende a resistência ao governo Temer e até uma aliança para 2018 por meio de uma frente com outras siglas de esquerda e centro-esquerda, como PCdoB e PDT, e com representantes de movimentos sociais. Se essa frente vingar, o PT deve abrir mão de lançar candidato à Presidência e apoiar um nome de outro partido. .