O juiz federal Sérgio Moro alertou para a "habilidade" do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em "ocultar e dissimular propinas". O peemedebista foi preso nesta quarta-feira, 19, em Brasília, na Operação Lava Jato.
Leia Mais
Ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é preso pela Operação Lava-JatoCunha será levado nesta tarde para CuritibaJuiz Sérgio Moro aponta 'caráter serial dos crimes' de Eduardo CunhaLindbergh diz que se Cunha fizer delação, Temer não se sustenta por um diaTemer dorme enquanto Cunha é preso, dizem assessoresJuiz da Lava Jato mandou PF entrar na casa de Cunha na Barra da TijucaO reinado de Cunha: do poder à prisão Justiça bloqueia R$ 220 milhões de Eduardo CunhaCunha diz que prisão é 'absurda' e que Moro não tem competência para prendê-lo'Processos judiciais têm que ser públicos', defende Sérgio MoroMoro diz que STF tinha motivos para decretar a prisão de CunhaMoro destacou que "não foi ainda possível identificar toda a dimensão das atividades delitivas do ex-deputado federal Eduardo Cosentino da Cunha, nem a localização do produto dos crimes em toda a sua extensão".
Eduardo Cunha foi preso sob acusação de receber US$ 5 milhões em propina no contrato da Petrobras para exploração do campo de Benin, na África, em 2011.
Segundo o juiz, amparado em informações da Procuradoria da República, "parte do produto do crime teria sido ocultado e dissimulado em contas secretas no exterior".
Moro advertiu para o risco de fuga do mais novo prisioneiro da Lava Jato. "Enquanto não houver rastreamento completo do dinheiro e a total identificação de sua localização atual, há um risco de dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a sua recuperação. Enquanto não afastado o risco de dissipação do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga ao exterior, uma vez que o acusado poderia se valer de recursos ilícitos ali mantidos para facilitar fuga e refúgio no exterior.".