Rio, 19 - O candidato do PRB à prefeitura do Rio, Marcelo Crivella, acusou seu adversário, Marcelo Freixo (PSOL), de querer transformar o Rio num "bunker da esquerda" e de querer fazer "revolução bolchevista via impostos". Ele fez a afirmação em encontro na Associação Comercial do Rio de Janeiro, em que se apresentou aos empresários como o candidato que poderia dialogar com o governo federal e com parlamentares.
Segundo Crivella, a relação com Freixo foi cordial durante o primeiro turno. "Jamais pude imaginar que na televisão, e de maneira maciça, eu fosse ser acusado de ter acordo com milícia, de ser racista, de explorar os pobres. De repente, sou apresentado na televisão como um monstro. Isso é espírito totalitário. Alguém que andava do meu lado, era companheiro, se torna dessa maneira meu algoz. Imagine quando estiver na Prefeitura, ungido e com poder. Deus me livre de esse dia chegar.
A campanha de Freixo reproduziu, no horário eleitoral, vídeo em que a ex-vereadora Carminha Jerominho anuncia apoio à Crivella. Carminha é filha do ex-vereador pelo PMDB Jerônimo Guimarães, conhecido como Jerominho, condenado à prisão por formação de quadrilha, sob acusação de comandar a maior milícia da cidade, a Liga da Justiça, atuante na zona oeste. O irmão de Jerominho, ex-deputado pelo DEM Natalino Guimarães, também cumpre pena, também acusado de integrar o bando, que congrega policiais envolvidos com extorsões e outros crimes.
Crivella disse que errou ao escrever o livro "Evangelizando a África", em que faz duras críticas à Igreja Católica, religiões africanas, hinduísmo e espiritismo. "O candidato a prefeito do Rio não é o missionário, é o senador", defendeu-se. "Precisamos ver agora quem pode fazer parcerias, quem pode tirar o Rio do isolacionismo, quem pode marcar uma audiência e ser recebido pelos ministros. Quero ver o PSOL conseguir com esse discurso raivoso e radical aprovar alguma coisa na Câmara e no Congresso Nacional", afirmou.
O candidato do PRB recebeu o apoio do deputado estadual Carlos Roberto Osorio, candidato à prefeitura pelo PSDB, que havia defendido a neutralidade de seu partido. A aliança foi acertada em troca do apoio do PRB a candidatos do PSDB em outras cidades.