São Paulo, 21 - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou na tarde desta sexta-feira, 21, que uma eventual delação premiada do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) "não está em pauta". Foi a primeira vez que um ministro do governo do presidente Michel Temer se manifestou desde que o ex-presidente da Câmara dos Deputados foi preso, na quarta-feira, 19. Com receio de impacto na agenda de reformas do ajuste fiscal, a ordem no Palácio do Planalto é de silêncio.
Leia Mais
Eduardo Cunha dá sinais de acordo para fazer delação premiadaMaia diz que possível delação de Cunha não preocupaPrisão de Eduardo Cunha aumenta medo de delação premiadaEduardo Cunha será isolado de outros presos da Lava-Jato até decidir sobre delaçãoPlanalto nega preocupação com possível delação de CunhaAcordo de delação premiada entre Cunha e Lava-Jato assombra Planalto e PMDBSérie de reportagens conta como Cunha acumulou riqueza e influência até terminar na cadeiaMenção a filho em pedido do MPF preocupa Cunha na prisão Encontro sem intimidade entre Eduardo Cunha e esposa na prisãoDefesa de Cunha protocola reclamação no STF pedindo a soltura do peemedebistaMais cedo, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, também esteve no evento e defendeu o ajuste fiscal. Questionado se a prisão de Cunha poderia afetar a aprovação de medidas como a PEC do Teto, com votação prevista para a próxima terça, 25, o ministro disse apenas que "não é uma matéria da minha área, não acho que tenha a ver com orçamento". Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que foi muito aplaudido pela plateia, restringiu sua fala à área econômica e à PEC do Teto.
O evento teria a presença do presidente Michel Temer, do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e de Moreira Franco, secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), mas eles cancelaram suas participações.
Segundo o ministro da Casa Civil, o secretário não pôde vir, porque estava em viagem fora do País e não chegaria a tempo. No lugar de Moreira Franco, veio Tarcísio Freitas, secretário de Coordenação de Projetos da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Desafeto de Cunha, Moreira Franco foi acusado pelo deputado cassado de irregularidades na operação de financiamento do Porto Maravilha, no Rio, quando era vice-presidente da Caixa.
PEC do Teto
Durante sua fala aos empresários, Padilha reforçou a importância da aprovação da PEC do Teto junto com a reforma da Previdência. Ele afirmou que Temer tem uma ampla base no Congresso para a aprovação das medidas, maior até que dos governos Lula e Fernando Henrique Cardoso.
Ao ser questionado sobre a prisão de Cunha, Padilha disse que o governo está "pensando na PEC do teto e na reforma da Previdência".
"Penso que a gente tem que trabalhar com os dados que a gente tem. Hoje a gente tem confiança absoluta que vamos ter mais que 308 votos", afirmou. Ele fazia referência ao segundo turno da votação da PC do Teto, que esta marcada para a próxima terça, 25.
Durante o discurso aos empresários, mais de uma vez o ministro falou que o País vive clima de "normalidade institucional". Padilha também elogiou Temer, responsável, segundo ele, por ter pacificado a Nação"..