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Estado de Minas

Kalil e João Leite fazem debate tenso com trocas de acusações

Os candidatos foram além da troca de farpas dos últimos dias e, por alguns momentos, os espectadores tiveram a impressão de que eles iriam chegar as vias de fato


postado em 21/10/2016 23:08 / atualizado em 22/10/2016 07:48

(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

O clima foi tenso entre os candidatos Alexandre Kalil (PHS) e João Leite (PSDB) que participaram do debate na noite desta sexta-feira realizado pela RedeTV. Questões como a participação do partido de Leite na Secretaria de Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte e a dívida de IPTU de Kalil esquentaram o programa. No final do primeiro bloco, a sensação de quem via o debate era de que os dois candidatos iam terminar indo às vias de fato.

Kalil começou cobrando do tucano a participação do partido dele na pasta da saúde. O tucano, por sua vez, disse que os correligionários dele tinham ocupado a secretaria, mas que “não se escondia”, diferentemente de Kalil. Ele acusou o ex-presidente do Atlético de ter recebido cerca de R$ 50 milhões em obras da Prefeitura, graças ao apoio que deu a Lacerda. E mais: o tucano ainda disse que Kalil teria recolhido contribuições previdenciárias e não teria repassado. “Estou aqui em nome do Seu Geraldo que você recolheu os impostos, mas não repassou”, disse.

Kalil respondeu acusando João Leite de ter usado a Secretária de Saúde como “cabide de emprego”, já que a filha dele e um sobrinho foram empregados na pasta. "A saúde está ruim porque você fez da secretaria um cabide de emprego", atacou.

Ainda no primeiro bloco, os candidatos trocaram farpas, sempre com os ataques girando em torno desses assuntos. Kalil disse que Leite procurou a ele e uma de suas empresas para “pedir dinheiro”. Já Leite classificou Kalil como “empreiteiro” e que o dinheiro que não foi pago à PBH, poderia ter sido usado para melhorar os serviços.

O candidato do PHS ainda acusou o tucano de ter o nome incluído na lista de recebedores de propina em Furnas, a chamada “lista de Furnas”. Por essa acusação, Leite teve direito de resposta. Ele afirmou que a lista é falsa e que acionará o adversário na Justiça pelas acusações.

No segundo bloco, o clima entre os candidatos foi mais tranquilo, já que não respondiam perguntas feitas diretamente entre eles. Os candidatos comentaram sobre transporte público, como metrô e ampliação do Move, além da renovação da frota. Questões sobre apoio político e até o impeachment da presidente Dilma Rousseff foram motivos de comentário dos candidatos.

Perguntado sobre a participação de seu partido no eventual governo- já que o presidente da legenda, deputado federal Marcelo Aro é intimamente ligado a Eduardo Cunha -, Kalil disse que sequer conhece a sede da legenda. O candidato ainda afirmou que não tem relação com Aro e que defende a prisão de Cunha.

Sobre transporte, Leite disse que vai exigir que a sede da CBTU, que atualmente é no Rio de Janeiro (RJ), seja na capital e ainda pretende reduzir o valor das passagens do transporte.

No terceiro bloco, os candidatos responderam questões dos eleitores. Kalil começou dizendo que pretende dar protagonismo aos técnicos da BHTrans para que eles pensem novas formas de dar mais vasão ao trânsito da cidade. Ele também criticou o Move que teria sido implantando sem considerar modais e a interligação entre as linhas.

João Leite respondeu sobre campos de futebol. O tucano disse que veio de origem simples e sabe da importância de ter locais para praticar esportes, principalmente nas periferias.

O canidato do PHS voltou a tratar de IPTU, afirmando que 'não pretende falar mais sobre o assunto'. De acordo com Kalil, ele resolverá a dificuldade de caixa da prefeitura com redução de cargos e tirando os “cabides de emprego”.

João Leite afirmou que criará uma agência para possibilitar que as empresas que se interessam em vir para BH sejam incentivadas. Em indireta ao adversário, o tucano disse que fará com que “os caloteiros peguem o que devem” para melhorar a situação dos cofres públicos.

Sobre segurança, Kalil disse que melhorará a iluminação da cidade e vai unir os trabalhos das polícias. “Precisamos unir a guarda municipal, a Polícia Militar e a Civil para melhorar a segurança na cidade”.

O tucano disse que pretende criar uma rede para propiciar atendimento e marcação de consultas “imediatos”. Ele ainda afirmou que pretende fortalecer os polos das regionais para os cuidados com a saúde.

No quarto bloco o tucano e o candidato do PHS responderam as perguntas dos internautas. O primeiro a falar foi João Leite que disse que a capital tem vocação para o turismo e a modalidade de negócio. Ele ainda disse que pretende ampliar os circuitos com vocação ao entretenimento, além de melhorar a capacidade da capital de ser competitiva.

Kalil disse que a Lagoa da Pampulha deve ter novo jeito para ser resolvido. Ele afirmou que a capacitação do esgoto deve ser melhorada para evitar que caia direto no espelho d' água. “Não é possível que uma lagoa superficial seja tão difícil de resolver”, afirmou.

João Leite disse que a população em situação de rua deve ter atendimento especial e citou programas feitos por ele, como o que propiciava tratamento com psicólogos aos moradores.

Nas considerações finais, Kalil afirmou que pretende comandar a cidade “com humanidade” e pretende governar para os belo-horizontinos sem interferências partidárias. “Sou um homem comum, do bem e que nunca fiz mal a ninguém”, disse.

Já João Leite disse que sua carreira foi “defendendo as pessoas mais perseguidas e as mais massacradas”. O tucano voltou a fazer críticas ao adversário o classificando como “caloteiro” e fez apelo aos eleitores: “Kalil não pode ser prefeito de BH”.




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