Curitiba – A jornalista Claudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, entrou silenciosa na ala onde seu marido está preso, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, base da Operação Lava-Jato. Com autorização dos agentes, conseguiu dar nele um longo abraço. Se emocionaram bastante, de acordo com quem acompanhou a primeira visita da mulher, que chegou sozinha, usando óculos escuros, também em silêncio. Depois do abraço, eles foram separados. Não puderam conversar ali, mas por poucos minutos no parlatório – espaço onde o preso e seu familiar ficam separados por um vidro e se falam por fones interligados.
Ali, o casal teve privacidade para conversar a sós. Parte do diálogo não foi acompanhada nem pelo advogado nem por agentes federais. O encontro novamente deixou ambos emocionados, segundo funcionários da Polícia Federal. Até então, a postura de Cunha na carceragem era descrita como fria e serena por agentes federais.
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Ela não deve voltar ao local onde o marido está preso nos próximos dias. As visitas são proibidas no fim de semana. As visitas aos presos na carceragem da PF ocorrem apenas às quartas-feiras. A ida de Cláudia à PF ontem foi uma “concessão” que já foi dada a outros presos da Lava-Jato, segundo a PF.
A mulher de Eduardo Cunha também é ré em ação da Lava-Jato. A investigação mostra que ela gastou mais de US$ 1 milhão em compras de roupas, sapatos e bolsas de grife, além de frequentar restaurantes caros e se hospedar em hotéis de alto padrão na Europa nos tempos em que o marido desfrutava de poder e influência em Brasília. O dinheiro que Cláudia gastou teria tido origem na propina de US$ 1,5 milhão que o marido recebeu no contrato da Petrobras para exploração do campo de Benin, na África.
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