Jornal Estado de Minas

Renan é alvo comum de atos opostos em São Paulo

São Paulo - Dois grupos de pensamentos políticos antagônicos ficaram no último domingo, 23, na Avenida Paulista, em São Paulo, frente à frente em manifestações que, de um lado, pediam o "fim do governo golpista e machista" e, do outro, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A única unanimidade foi o presidente do Senado, Renan Calheiros, cuja prisão era reivindicada por ambos os lados.

O encontro ocorreu por volta das 16h30. O grupo liderado pelo Nas Ruas realizava um ato no lado ímpar da Paulista, em frente ao parque Trianon. Cerca de 100 pessoas se manifestavam em apoio à Operação Lava Jato, pelo fim do foro privilegiado e contra o projeto sobre abuso de autoridade que tramita no Congresso.

O grupo inflou dois bonecos gigantes, um com a imagem de Lula, apelidado de Pixuleco, e outro retratando Renan, que recebeu o apelido de Canalheiros.

"Nesta semana aconteceu uma coisa muito importante, que foi a prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. E o Renan só não foi também porque tem foro privilegiado", disse a coordenadora do grupo Nas Ruas, Carla Zambelli, uma das organizadoras do ato.

Isolamento


Do outro lado da Rua, debaixo do vão do Masp, militantes ligados à União Brasileira das Mulheres, o núcleo de mulheres da União da Juventude Socialista (UJS) e o coletivo feminino Athenas se preparavam para um ato contra o feminicídio, chamado "Nenhuma a menos". Elas iniciaram o manifesto gritando palavras de ordem como "golpistas, machistas, não passarão" e ouviram "Fora PT" como resposta.

Por cerca de 20 minutos, os dois grupos ficaram frente à frente, trocando vaias, gritos de ordem e até alguns insultos, mas não houve registro de agressão física de nenhum dos lados. Um cordão de isolamento formado por cerca de 50 policiais militares separou os dois grupos. .