Brasília, 25 (AE), 25 - O governo Michel Temer contou com pelo menos sete novos votos contrários à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto para os gastos públicos entre a primeira e a segunda votações da matéria na Câmara. Dois vieram de deputados que tinham votado sim ou se abstido antes. Outros cinco, de parlamentares que tinham faltado ao primeiro turno.
A chamada PEC do Teto de Gastos foi aprovada em segundo turno pela Câmara na noite desta terça-feira (25), por 359 votos a 116. Houve ainda duas abstenções. Na primeira votação, em 10 de outubro, o governo Temer tinha conseguido aprovar a proposta por 366 votos a 111 e duas abstenções. Para aprovar uma PEC na Casa, o governo precisava de 308 votos favoráveis.
Mudaram o voto para "não" entre as duas votações os deputados Hissa Abrahão (PDT-MA) e Silas Freire (PR-PI). O primeiro tinha votado a favor da PEC no primeiro turno, enquanto o segundo se absteve. Lincoln Portela (PRB-MG), Pompeo de Mattos (PDT-RS), Sérgio Vidigal (PDT-ES), Irmão Lázaro (PSC-BA) e Bacelar (PTN-BA) também votaram contra a PEC hoje, após faltarem à primeira votação.
Levantamento do Broadcast Político aponta ainda outras duas mudanças de votos entre as duas votações da PEC do teto na Câmara.
No balanço geral, o governo foi traído por pelo menos 23 deputados de 11 partidos da base aliada na segunda votação da PEC na Câmara. Em apenas seis partidos aliados todos os deputados presentes votaram a favor da medida: PMDB, PSDB, PV, PHS, PSL e PRP. Na primeira votação, além dos seis já citados, PSC, PRB e PTN tinham dado suporte integral à PEC. No segundo turno, no entanto, as três siglas tiveram defecções.
O PSB foi novamente o partido da base com maior número de votos contrários à PEC. Dos 28 deputados da sigla presentes, 9 votaram contra e 18 a favor. Houve uma abstenção.
Entre a oposição, PCdoB, PSOL e Rede continuaram votando integralmente contra a PEC. O PT também manteve uma abstenção, de Gabriel Guimarães (MG). No PDT, os votos favoráveis diminuíram de 6 para 4 entre as duas votações. Além de Abrahão, o deputado Roberto Goes (AP), que tinha votado a favor da proposta antes, faltou no segundo turno..