Brasília, 28 - Protagonista do tensionamento instaurado nos últimos dias entre representantes dos Três Poderes, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), aproveitou o evento promovido pelo presidente Michel Temer para distribuir afagos na presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia.
Renan e Lúcia trocaram farpas públicas após o senador chamar de "juizeco" o juiz titular da 10ª Vara Federal do DF, Vallisney de Souza Oliveira, responsável por autorizar a Operação Métis, deflagrada na última sexta-feira, 21, nas dependências do Senado.
"Foi um reunião muito produtiva. Eu aproveitei a oportunidade para cumprimentar respeitosamente a presidente Cármen Lúcia em nome do Congresso e do povo de Alagoas. Disse que tinha muito orgulho e que ia levar isso para a vida toda o fato de conviver com ela como presidente do Supremo Tribunal Federal. Ela hoje é exemplo do padrão de caráter a ser seguido pelos brasileiros", afirmou Renan à reportagem, após deixar o encontro.
Questionado se a partir da reunião de hoje, em que foram discutidas algumas propostas para a segurança pública, o imbróglio poderia se considerado "página virada", o senador respondeu: "Clima foi ameno e respeitoso. A reunião foi muito boa. Fizemos algumas sugestões e o encontro é um exemplo a ser seguido. Mas não sei o que vai acontecer".
O evento, realizado no Ministério de Relações Exteriores, também contou com a presença do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. No meio do tensionamento entre os representantes dos Três Poderes, o ministro declarou que os agentes do Senado haviam extrapolado as suas competências ao realizarem supostas ações de contrainteligência para prejudicar investigações da Polícia Federal.
No mesmo dia, o senador disse que teria dificuldades de participar de qualquer encontro com o ministro. Ao ser o questionado sobre o episódio, Renan minimizou e ressaltou que irá exercer o cargo dele de forma plena. "Meu cargo não possibilitada isso. Tenho que exercê-lo na plenitude, até o final. Sentei com ele e com todos os ministros, porque isso é impessoal. O importante é focar no interesse nacional"..