Brasília - A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, não se pronunciou sobre as declarações de Renan após o encontro no Ministério das Relações Exteriores, mas o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), avaliou que o senador Renan Calheiros pode ter tido razão no conteúdo, mas errou na forma como expressou as criticas à Operação Métis, responsável pela abertura de uma crise entre Legislativo e Judiciário. “Pelo que conheço do senador Renan Calheiros, certamente, ele deve ter reconhecido, em algum momento, a utilização inadequada dessas expressões”, disse Fux, ao ser questionado a respeito das declarações do peemedebista, de que a operação que prendeu temporariamente quatro servidores da polícia do Senado não poderia ter sido autorizada por um “juizeco de primeira instância”, referindo-se ao juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney Oliveira, que permitiu as prisões pela PF.
Após participar de um congresso no Insper (Instituição de Ensino Superior de São Paulo), na capital paulista, Fux comentou que a ministra Cármen Lúcia cumpriu seu papel como chefe maior do Judiciário, mas ele descartou qualquer interferência da tensão entre os poderes na sessão do Supremo, marcada para a próxima quinta-feira, que vai julgar se réus de ações penais na Corte podem exercer cargos da linha sucessória da Presidência da República, o que pode se tornar uma ameaça à posição de Renan como presidente do Senado.
“A regra principal da magistratura é que todo cidadão tem direito de ser julgado por um juiz imparcial e insuspeito. Não vai influir em nada”, afirmou Fux. Em entrevista a jornalistas, ele disse também não ver retaliação na decisão de Renan de colocar em pauta matérias que vão contra interesses de servidores do Judiciário.
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