Jornal Estado de Minas

Desafio de Kalil é cumprir plano de governo com orçamento menor na PBH em 2017


O ex-presidente do Atlético, Alexandre Kalil (PHS), terá o desafio de cumprir um plano de governo de 108 páginas com medidas para saúde, segurança pública, mobilidade urbana e educação, entre outras áreas, administrando um orçamento enxuto de R$ 11.580.356.224,00 – valor previsto para 2017. O empresário é o prefeito de Belo Horizonte escolhido por 628.050 eleitores, ou 52,98% dos votos válidos, na eleição mais disputada dos últimos 20 anos na capital mineira. O vice-prefeito é o deputado estadual Paulo Lamac (Rede). O também deputado estadual João Leite (PSDB) termina o pleito com 557.356 votos, equivalentes a 47,02% do total.

Kalil terá um orçamento menor do que o deste ano, cujas receitas previstas são de R$ 12,277 bilhões. As despesas na proposta que aguarda aprovação na Câmara Municipal somam R$ 11.335.356.244. O total disponível para investir em obras, segundo o projeto, é de R$ 1.185.431.445. Outro desafio de Kalil, esse a curto prazo, será cumprir a promessa de tirar 2 mil famílias das áreas de risco de BH. A cidade tem cerca de 200 áreas de risco geológico.
Segundo a Urbel, os maiores problemas possíveis são os deslizamentos de encostas. De acordo com a prefeitura, considerando apenas inundações, a cidade tem 82 áreas de risco.

Ainda pela manhã, ao votar, Kalil adiantou ontem que seu primeiro ato como prefeito eleito será cuidar dessa remoção. “Esse é o primeiro ato, porque em janeiro começa a cair casa e morre gente. Na prática tem que correr na Defesa Civil na segunda-feira, na prefeitura e no governo de Minas para que essa catástrofe que se tornou rotina na vida do pessoal de BH passe a ser exceção”, afirmou.

Em um feito inédito, o estreante na política Kalil chegou à PBH impondo uma derrota ao PSDB.  Mesmo com o apoio ostensivo do presidente nacional  do  partido, senador Aécio Neves, os tucanos, que ancoraram as duas eleições do prefeito Marcio Lacerda (PSB) e estavam presentes na PBH desde 2008, perderam para o candidato do PHS, um partido pequeno que teve como aliados apenas a Rede e o PV. Com o resultado, João Leite perde pela terceira vez a chance de alcançar o mais alto posto do município.

Kalil venceu com um discurso de combate aos velhos políticos. Surfou na onda de insatisfação da população com a classe e soube capitalizar os votos, apesar do bombardeio que sofreu dos adversários nos dois turnos. “Sei a responsabilidade que vamos assumir.
Agora é hora de apaziguar os ânimos, de tranquilidade”, afirmou o prefeito eleito. João Leite fez apenas um pronunciamento no qual agradeceu aos partidos pelo apoio à sua candidatura e ao senador Aécio Neves, que o acompanhou na coletiva. O tucano disse que sai da eleição preocupado com o alto índice de abstenção, de votos brancos e nulos. “A política não pode ser negada porque a democracia se dá no âmbito da política”, disse.

O prefeito eleito chegou ao posto com promessas simples que, basicamente, consistiam em “fazer BH funcionar”. Avesso a grandes obras de concreto, Kalil se comprometeu a terminar todas as obras paradas do Orçamento Participativo na cidade. Entre as promessas, o então candidato falou em transformar o Hospital do Barreiro em um centro de especialidades médicas para conseguir captar mais recursos no SUS.

SEGUNDO TURNO Outras três cidades tiveram segundo turno em Minas Gerais. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) foi reeleito com 57,9% dos votos contra 42% da deputada federal Margarida Salomão (PT).
Em Montes Claros, no Norte de Minas, o novo prefeito é Humberto Souto (PPS), escolhido com 65,3% da preferência. Ele derrotou o prefeito afastado e investigado por corrupção Ruy Muniz (PSB), que teve 34,6% da votação. Em Contagem, na Grande BH, Alex de Freitas (PSDB) foi eleito com 72,9% dos votos contra 27% do prefeito Carlin Moura (PCdoB).

O PT perdeu em todas as sete cidades nas quais disputou o segundo turno. O partido consolidou sua maior derrota na Grande São Paulo, área em que formava um “cinturão vermelho”. Em Mauá, Atila Jacomussi (PSB) venceu com 64,47% dos votos contra 35,53% do atual prefeito Donisete Braga (PT). Já em Santo André, foi eleito Paulo Serra (PSDB), que conquistou 78,21% dos votos válidos, derrotando Carlos Grana (PT), com 21,79%. Os tucanos conseguiram 11 prefeituras na região.

 

 

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