Brasília, 03 - A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado se tornou o último reduto de resistência da oposição petista no Senado. O PT tem quatro integrantes no colegiado, incluindo a presidência do grupo, com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) - resquício do tempo em que o partido, no comando do governo, ainda dava as cartas na divisão de cargos na Casa.
A comissão tem incomodado o governo ao organizar audiências públicas sobre a PEC do Teto, principal projeto da equipe econômica do presidente Michel Temer para ser aprovado no Congresso neste ano.
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CAE fará audiência para discutir projeto de renegociação da dívida de EstadosCaiado pedirá anulação de votação da CAE do reajuste dos defensores públicosCAE concede vista coletiva em projeto sobre reajuste do STFAudiência sobre PEC do teto na CAE tem apenas participantes contrários a projeto"Não vejo como ter outra pauta que não seja essa. Não tem nada mais importante para a CAE do que discutir essa PEC", afirmou Gleisi. Nesta quinta-feira, 3, a comissão vai realizar a quarta audiência sobre o assunto.
'Palanque'. O senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO) acusou Gleisi de usar a comissão como "palanque da minoria". Segundo ele, a petista mudou o tema da audiência que deveria tratar de tributação progressiva para "Progressividade tributária: uma alternativa à PEC 241". "A senadora milita para obstruir o saneamento da economia e tenta usar a CAE como extensão do diretório do PT para manipular a opinião pública", disse.
Gleisi negou usar a comissão para fins partidários e disse que tem agido democraticamente na distribuição da pauta e de relatorias.
Mas, mesmo com o esvaziamento, Gleisi mantém a agenda contra a PEC do Teto na CAE. Até agora, apenas parlamentares contrários à proposta participaram dos debates. A senadora afirmou que porta-vozes do Ministério da Fazenda foram convidados, mas não compareceram. "Acho uma pena que o governo não queira discutir e lamento que a base tenha ficado ausente dessa discussão."
Líder do PMDB, o senador Eunício Oliveira (CE) preferiu não interferir no caso e alegou que falta pouco tempo para que o problema seja "consertado". A presidência do PT na comissão termina em fevereiro, quando os cargos em comissões serão redistribuídos. O PT, que perdeu membros da bancada neste ano, não terá direito à presidência do colegiado, o segunda mais importante da Casa.
O Estado de S. Paulo..