A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Cármen Lúcia visitou na manhã deste sábado o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. A ministra inspecionou o local sem aviso prévio e, de acordo com o CNJ, a medida é “é verificar in loco as condições em que os presídios funcionam”.
Vários políticos condenados no mensalão foram presos e chegaram a cumprir o início das penas na unidade, mas foram transferidos para os estados de origem ou tiveram o regime da pena alterado.
Na visita feita hoje, a ministra constatou a superlotação das celas e o déficit de pessoal no sistema prisional do Distrito Federal (DF).
Em reunião realizada após a visita à Papuda, a ministra ouviu da presidente da Associação de Familiares de Presos do DF, Alessandra Paiva, sobre a precariedade dos serviços médicos prestados no Complexo da Papuda. Tratamentos odontológicos se resumem, em geral, a extrações de dentes, segundo ela. “Um preso que já havia tido cinco extrações de dente e seguia com dor me perguntou quantos dentes seria preciso perder para que lhe realizassem uma restauração”, afirmou.
Antes da visita à Papuda, Cármen Lúcia já tinha realizado no mês passado outra inspeção em prisões do Rio Grande do Norte. Ao final do encontro deste sábado, a ministra afirmou que todas as denúncias e observações foram anotadas e serão analisadas com atenção para a elaboração do diagnóstico da atual situação carcerária do país, que está sendo construído a partir das visitas da ministra às unidades prisionais dos estados.