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Qual será o primeiro ato do senhor como prefeito de Belo Horizonte?
Vou fazer um diagnóstico da prefeitura, do que pode ou não ser reduzido. Esse é o primeiro ato de quem quer governar, saber onde está pisando, se está sobrando ou faltando. Se já tiver essas informações com a equipe de transição, vai ser o enxugamento da máquina, o que é fundamental nesse orçamento minguado da Prefeitura de Belo Horizonte.
Esse enxugamento da máquina significa demissões, corte de cargos comissionados?
Claro que se nós pudermos demitir, o faremos.
O Estado de Minas mostrou hoje (ontem) quatro grandes desafios para o município, envolvendo a educação, saúde, trânsito e segurança. Como o senhor pretende vencer esses problemas com um orçamento apertado?
São setores onde não pode faltar dinheiro. A segurança não pode faltar, saúde nem se fala... Então nós vamos olhar onde se pode cortar. A população não aguenta mais a insegurança, não aguenta mais o tratamento que tem tido na saúde, e na educação temos que colocar 17,5 mil crianças na escola. Isso tem que ser feito. Sendo feito isso, vamos ver onde vamos cortar.
Durante a campanha, o senhor disse que queria resolver ainda este ano o problema das chuvas em Belo Horizonte? Como o senhor vai fazer isso?
Não depende de mim. Vou tentar conversar tanto com o governador (Fernando Pimentel), quanto com o prefeito (Marcio Lacerda) e com a Defesa Civil. Não vamos deixar isso virar uma rotina em nossa cidade. Vamos tirar essas famílias com um plano, podendo até voltar com elas, porque teremos um ano para resolver definitivamente. O que não pode é se tornar uma estatística normal a morte na chuva em Belo Horizonte. Se vou ter sucesso, eu não sei. Eu não sou nada. Eu vou tentar marcar com o governador, o prefeito e a Defesa Civil para a gente bolar um plano.
Como vai ser a relação do Executivo com o Legislativo? O senhor foi muito criticado por alguns vereadores na Câmara por causa do seu discurso de não ser político.
Já conversei com quase todos os vereadores, estamos trocando ideias. Eles vão ser valorizados, estão em uma Casa importante, que é o Legislativo, e sabem o valor que têm. Cada um sabe os votos que teve, uns mais e outros menos, como eu sei os votos que eu tive e o valor que tenho. Então vamos ter convivência harmônica. Nunca fiz mal a nenhum deles, não quero o mal de nenhum deles, não sou político a nível de ser inimigo de um deles, então acho que vou tratar isso com muita tranquilidade.
Quando o senhor diz que vai valorizar os vereadores, o que isso significa?
Vou entregar o bem-estar para a região dele. Era assim que era feito em Belo Horizonte.
Isso significa que o senhor se compromete a atender os pleitos e emendas dos vereadores?
Se tiver dinheiro nós vamos fazer. Se não tiver, não vamos fazer. Mas o relacionamento é feito assim.
No início de janeiro haverá a eleição da Mesa Diretora da Câmara. O Executivo vai participar desse processo?
Não efetivamente. Esse é um problema do Legislativo, vai ser resolvido com os vereadores. Claro que tem um núcleo político da minha campanha que vai acompanhar, mas isso é um assunto deles. Não teremos grandes histerias políticas, porque não é o nosso caso.
A prefeitura vai apoiar formalmente um candidato a presidente da Câmara?
É muito cedo para isso. Ninguém nem sabe quem serão os candidatos. Eu estou conversando com todos eles, e na hora certa, vamos resolver.
Como vai ser a composição do seu secretariado? Que perfil o senhor quer?
Técnico. Meu secretariado vai ter currículo, não tem partido. Pode ser do PT, PSDB, PSB, do PHS... Ele é técnico, não é político. Acredito que a maioria não vai ter filiação partidária. Fui apoiado por três partidos (PHS, Rede e PV) e se os outros partidos estão querendo secretaria em troca de apoio tinham que vir negociar comigo antes das eleições. Se eu não fiz isso para ganhar a eleição, vou fazer depois que eu ganhei? Claro que sabem que isso não vai existir.
Vários nomes já foram divulgados na imprensa. O senhor confirma esses nomes?
Tudo mentira. Só um, o Jackson (Machado Pinto, médico dermatologista) vai para a Secretaria de Saúde.
O ex-secretário da Fazenda no governo Antônio Anastasia, Fuad Noman, está na equipe de transição do governo. Isso é um indicativo que ele pode ir para a Secretaria da Fazenda?
Gente boa ele, mas é cedo para dizer. Para você ver que eu sou um cara que não guardo ódio no coração, ele é do PSDB.
O senhor já foi procurado por algum partido oferecendo apoio ao senhor?
Depois de eleito não, mas no segundo turno sim. E eu não quis dar secretaria. Eles me pediram secretaria em troca de apoio e eu disse não. Foram dois partidos.
A vitória que o senhor teve em Belo Horizonte o credencia como um cabo eleitoral forte em Minas Gerais. Qual vai ser o comportamento do senhor nas eleições de 2018 não só no estado, mas na disputa presidencial?
Acabou a politicagem. Você está sentada na frente do prefeito de Belo Horizonte, que sabe a importância que tem, a liderança que tem hoje no estado de Minas Gerais. Estavam todos sentados lá na cadeira e morreram afogados. O barco afundou com eles todos. É claro que eu sei a minha importância. E eu sempre disse no Atlético e vou dizer para você: eu não sou mentiroso nem modesto. Vai ter que passar por Belo Horizonte sim, mas não com politicagem. Não é me dando isso que eu vou te dar aquilo. Se vier gente séria, conversar coisa séria, nós vamos falar coisa. Não há a menor dúvida que não se pensa no governo em Minas Gerais sem passar por Belo Horizonte. Historicamente, nunca um governador foi eleito sem ganhar em Belo Horizonte.
O senhor chegou a dizer durante a campanha que se filiou a um partido político porque precisava para disputar a campanha e que nem sabe onde é a sede do seu partido. Como fica a sua relação com o PHS, já que é hoje o principal prefeito da legenda no país?
Ainda não sei (onde é a sede) e vou até procurar saber onde é o endereço. Eu não sei nem nunca vi o presidente do PHS. Ainda não fui procurado por ninguém, até porque comecei hoje. Posso até sair do partido, sou cargo majoritário. Se eles não me amolarem eu fico, se eles me amolarem eu saio. Fico sem partido e entro em outro, pego um menor ainda, disputo as eleições e ganho de novo.
O que os belo-horizontinos podem esperar sobre o IPTU em 2017?
Olha, é bom esse assunto porque o meu está pago, então eu posso falar. A crise do IPTU em Belo Horizonte é de 50%. É a maior inadimplência desde 1941. Então, essa brincadeira que falaram aí de que o Kalil deve IPTU, acabou. Agora é coisa séria e nós vamos ter que pensar. Tem técnicos para pensar sobre isso. Nós não podemos matar o pobre de fome e sem comprar roupa para pagar o IPTU, mas também não pode ficar sem pagar o IPTU. Eu estou pensando em resolver o problema. Eu fui lá, peguei e paguei, porque eu posso. Não estou pensando em mim, o meu está pago. Estou pensando nos outros. Se o negócio do IPTU desse certo, você estaria entrevistando o outro candidato (durante a campanha, o adversário João Leite fez várias críticas pelo fato de Kalil ter um débito de mais de R$ 100 mil em IPTU).
Transição
O prefeito Marcio Lacerda (PSB) recebe nesta terça-feira ofício com os nomes dos sete integrantes da equipe de transição escolhida por Alexandre Kalil. São eles: Adriana Campos Cerqueira (assessora); André Abreu Reis (servidor público com especialização em orçamento e planejamento); Angela Dalben (professora e pesquisadora da UFMG); Cláudio Beato (sociólogo); Castelar Guimarães Filho (advogado e ex-procurador de Justiça); Fuad Noman (economista e ex-secretário da Fazenda do governo Antônio Anastasia); Iran Barbosa (deputado estadual); Jackson Machado Pinto (médico); Paulo Lamac (deputado estadual e vice-prefeito eleito). Ainda esta semana o grupo deve ter a primeira reunião.