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Estado de Minas

Temer critica protestos de estudantes

Presidente afirma que proposta de reforma do ensino médio já surtiu efeitos. PUC Minas ganha na Justiça reintegração de posse de unidades


postado em 09/11/2016 06:00 / atualizado em 09/11/2016 07:28

"Hoje, usa-se o argumento físico e não verbal. Se ocupa a escola, a estrada. (...) As pessoas debatem sem ler o texto" - Michel Temer, presidente da República (foto: José Cruz/Agência Brasil)

Ao mesmo tempo que o presidente Michel Temer fazia críticas aos protestos de alunos nas escolas, a PUC Minas anunciava decisão do Tribunal de Justiça do estado, que determinou a reintegração de posse de todas as unidades alvo de manifestação dos estudantes.

Durante evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, Temer defendeu ontem a necessidade da medida provisória (MP) da reforma do ensino médio e disse que ela produziu o efeito de gerar o debate sobre o sistema educacional. O presidente fez uma crítica às ocupações nas escolas ao dizer que hoje “usa-se o argumento físico e não verbal”. “Se ocupa a escola, a estrada”, disse durante discurso.

Temer afirmou que a MP do ensino médio já estava parada havia muito tempo e que precisava ser colocada para frente. O presidente ponderou que não é necessariamente a favor do texto e admitiu que pode enviar ao Congresso um projeto de lei sobre o tema. “Não que eu seja a favor da MP, mas ela vai instalar uma discussão no país com vista no ensino médio”, disse. “As pessoas debatem sem ler o texto”, disse o presidente. “Se for necessário votar projeto de lei, nós votaremos. Não há problema nisso”, completou.

Temer comentou ainda que “não é possível” que as crianças não saibam multiplicar, não saibam falar o português. “A MP produziu ou não produziu efeito? Produziu. Estão discutindo. Estão até levando a efeito físico”, reforçou.

PRAZO A PUC
Minas conseguiu reintegração de posse das unidades do Coração Eucarístico e do São Gabriel, alvo de protestos de estudantes contrários à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 – que estabelece um teto para gastos públicos – e à reforma do ensino médio. O prazo para que os alunos deixem os espaços é de cinco dias, após a intimação. A decisão foi dada pelo TJMG na segunda-feira, mas só foi divulgada ontem pela universidade em nota.

No texto, a reitoria informa ainda que não pretende usar “meios abusivos” para retirar os estudantes. “Cabe esclarecer, no entanto, que o diálogo entre representantes da reitoria e do movimento de alunos prossegue, comprometendo-se a PUC Minas a não se valer de meios abusivos para proceder à desocupação de suas instalações, na certeza de que tal situação terá uma breve e tranquila solução”, afirma a universidade.

A PUC Minas apela para que os responsáveis pelo movimento “considerem o direito dos outros alunos”. “Mesmo compreendendo a relevância social da motivação do mencionado movimento, a universidade não pode permitir que a normalidade das atividades acadêmicas seja prejudicada, especialmente em função da proximidade do final do semestre letivo”, afirma. A PUC Minas foi a primeira faculdade particular a ser inserida na agenda de protestos estudantis que ocorrem pelo país.

UFMG Na UFMG, o movimento continua. De acordo com o movimento “Ocupa Tudo UFMG” estão ocupados os prédios da Farmácia, Ciências Exatas, Educação Física, Centro de Atividades Didáticas (CAD) 1 e 2, Música, Instituto de Geociências, Belas Artes, Faculdade de Educação, Letras, Ciência da Informação, Arquitetura, o Colégio Técnico (Coltec) e o teatro universitário. Nesses locais, não estão ocorrendo aulas. (Com agências)

Enem

A secretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena de Castro, descartou ontem a possibilidade de cancelar a prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) após a suspeita de vazamento. “Não há risco de cancelamento da prova nem da redação. A situação está muito circunscrita.”  Segundo a secretária, os casos revelados pela Polícia Federal, que no domingo prendeu suspeitos que teriam tido acesso ao tema da redação, estão sendo averiguados. “As informações que nós temos é que não houve vazamento, e a PF continua as suas investigações”, disse. Ela afirmou que suspeitas de vazamentos acontecem todos os anos, devido à complexidade da logística de se aplicar o exame no país inteiro.


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