O magnata Donald Trump, de 70 anos, foi eleito presidente dos Unidos contra qualquer prognóstico de êxito eleitoral. Trump não tinha apoio sequer dos próprios correligionários de partido. O Partido Republicano resistiu à sua indicação, que Trump acabou esmagando as resistências.
Horas antes da apuração das urnas, as pesquisas eleitorais apontavam a vitória de Trump como pouco provável. O empresário e apresentador de reality show mostrou na madrugada desta quarta-feira que a realidade pode ser mesmo um espetáculo de final imprevisível.
Na eleição mais disputada da história recente dos EUA, Trump se elegeu o 45º presidente da maior potência mundial. A apuração confirmou as previsões de que seria a mais concorrida entre os norte-americanos. Trump e Hillary disputaram voto a voto o comando da Casa Branca até o encerramento da apuração, alternando-se na liderança.
'Portas do inferno'
O deputado federal Paulo Pimenta (PT) reagiu ao comentário de Bolsonaro afirmando que a eleição de Trump significa que "abriram-se as portas do inferno". Outros políticos também já reagiram ao resultados da eleição americana. O senador Roberto Requião (PMDB-PR) ligou o resultado com a proposta do teto de gastos públicos, enviada ao Congresso pelo presidente Michel Temer e que vai ser apreciada às 10h pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Para Requião, a "insensibilidade grotesca do mercado" foi o motivo da eleição de Trump e "ameaça Brasil com a verdadeira estupidez" do teto de gastos. "Povo irá reagir, agora ou depois", escreveu. "Trump foi eleito pelos marginalizados pelo capital, vitimas de políticas semelhantes a da PEC241/55", completou.
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) afirmou que os grandes desafios do presidente eleito será "unificar o país e assegurar que não alimentará nenhum tipo de racismo, violência e segregação".
O ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), fez um comentário sem citar diretamente Trump. "Nacional-populismo é xenófobo e protecionista. Não se enganem, só não é ruim pra a especulação financeira dos 'mercados'. O resto se ferra", declarou.
Xico Graziano, o assessor do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que na semana passada lançou uma campanha para FHC voltar à presidência, amarrou o resultado nos EUA às eleições municipais no Brasil e ainda ao cenário para 2018. "Vitória de Trump acende o farol aqui. Dória em SP, Kalil em BH e Crivella no RJ foram um sinal. Contra a velha política. Quem virá em 2018?!"
A advogada Janaina Paschoal, uma das responsáveis pela acusação de Dilma Rousseff no processo de impeachment, disse que a eleição de Trump deveria abrandar a disputa entre presidenciáveis no Brasil e criticou os "planos perenes de poder". "Trump e, contra todas as previsões, ganha. Melhor nossos presidenciáveis trabalharem o presente", escreveu.
Com Agência Estado