Os advogados do governador Fernando Pimentel (PT) apresentaram nessa quarta-feira (9) à Assembleia Legislativa a sua defesa à acusação de suposto desvio de recursos públicos, investigado na Operação Acrônimo. Caberá aos deputados estaduais definirem, em plenário, se o Superior Tribunal de Justiça (STJ) poderá mover o processo contra o petista. Em encontro com os integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, o advogado Eugênio Pacelli argumentou que o papel do Legislativo é analisar a viabilidade técnica da abertura da ação penal e do exercício da “autonomia política” para deliberar discricionariamente sobre o assunto.
“A Assembleia não está aqui para julgar. Não é um julgamento do governador”, afirmou o advogado, em recado à oposição. Eugênio Pacelli voltou a reclamar de nulidades nas investigações envolvendo Pimentel. Segundo ele, não havia ordem judicial para que a Polícia Federal pudesse apreender bens, como celulares e computadores, do governador e demais envolvidos nas investigações da Operação Acrônimo. “Houve um alvo desde o início, que é o governador”, disse o advogado, que preferiu não dizer se há uma motivação política nas investigações.
No rito aprovado na Assembleia, foi dado a Pimentel um prazo de até 10 sessões plenárias para apresentar sua defesa. A CCJ terá um prazo de cinco sessões para que o relator designado para o caso emita o parecer.
Líder do governo na Assembleia, o deputado Durval Ângelo (PT) ressaltou que espera a adoção de critérios técnicos, embora saiba que a oposição deverá votar pela abertura da ação penal contra Pimentel. “A oposição está no papel dela. Não vou exigir que todos tenham uma decisão técnica.
Briga
Pela manhã, deputados da oposição haviam apresentado 10 requerimentos para obter informações e ouvir pessoas que estariam envolvidas no caso, mas sob a alegação de terem sido apresentados fora do prazo regimental, eles não foram recebidos. Enquanto a CCJ se reunia para ouvir a defesa de Pimentel, integrantes do grupo Vem pra Rua e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) protagonizaram uma briga na porta da Assembleia Legislativa. Tudo porque o Vem pra Rua queria montar um “mural da vergonha” para divulgar os nomes dos parlamentares que votarem contra o recebimento do processo contra Pimentel.
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