"Não sei se o Trump sabe que eu existo, mas torci pela eleição dele porque será melhor para o Brasil negociar com ele no futuro", afirmou Bolsonaro, ressaltando que se identifica com as posições políticas do presidente eleito norte-americano.
O dia foi de dupla comemoração para o deputado. Além da vitória de Trump, ele viu o Conselho de Ética da Câmara livrá-lo do processo por quebra de decoro parlamentar por ter dedicado seu voto a favor do impeachment de Dilma Rousseff ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça como torturador durante o período da ditadura militar. O principal argumento foi o de que ele tem o direito de dizer o que pensa e que o artigo 53 da Constituição estabelece que deputados e senadores são "invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos".
Antes da sessão, Bolsonaro já começou o dia celebrando a eleição de Trump. "Vence aquele que lutou contra 'tudo e todos'. Em 2018 será o Brasil no mesmo caminho", escreveu no Twitter. Durante a sessão do conselho, ele disse ser vítima de perseguição política dos partidos de esquerda, reclamou dos 30 processos que já respondeu desde 1991 e avisou que nada o impedirá de se lançar candidato à Presidência em 2018. "Gostem ou não gostem, eu sou candidato em 2018", avisou. Mais tarde, ele admitiu que ainda sofre entraves para convencer o PSC a apoiar sua candidatura, mas não detalhou as dificuldades. "Eu pasto no momento. Lamentavelmente a mídia não me dá espaço."
Um grupo de simpatizantes do deputado o acompanhou na sessão do conselho. Foram 11 votos a um a favor do arquivamento do processo.