Rio, 11 - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a defender o ajuste fiscal, apontado por ele como condição necessária para que o País saia da crise econômica. Em sua análise é preciso resolver a situação fiscal federal, que é "a raiz da crise" e acaba tendo reflexos também na economia dos Estados e municípios. "Temos que eliminar a raiz da crise, que é o problema fiscal federal", disse Meirelles, após participar de seminário, fechado à imprensa, na Federação das Indústrias do Rio (Firjan).
Na análise do ministro, o desajuste das contas públicas da União aumentou a incerteza e derrubou o faturamento das empresas e o consumo das famílias, impactando negativamente na arrecadação dos governos, tanto federal quanto estaduais e municipais. No quadro atual, a crise pode complicar ainda mais a arrecadação federal e dos Estados.
"Precisamos tomar cuidado para não prejudicar gravemente a saúde do paciente, tentando mitigar os efeitos da doença, que é o que estamos levando como mensagem aos governadores", afirmou Meirelles.
O ministro foi questionado especificamente sobre a situação do Rio de Janeiro e a hipótese de intervenção federal após o anúncio de medidas de ajuste pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). O pacote de ajuste anunciado há uma semana por Pezão atingiu servidores e gerou protestos ao longo da semana.
Meirelles disse que é difícil julgar se a situação do Rio é a pior entre os Estados, mas admitiu que é a mais emergente e dramática. Descartou, entretanto, a hipótese de intervenção federal, lembrando que ela depende de definições constitucionais e de uma decisão do presidente da República.