Brasília, 14 - A ofensiva do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), contra os supersalários do Judiciário e do Ministério Público foi um dos assuntos discutidos nesta segunda-feira, 14, em reunião da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, com 25 presidentes de Tribunais de Justiça de todo o País.
Para alguns presidentes de TJs presentes à audiência, a iniciativa de Renan de criar uma comissão especial para fazer um pente-fino nos contracheques de quem fura o teto do funcionalismo é uma "retaliação". A presidente do STF, no entanto, não se manifestou sobre a criação da comissão, segundo relatos de participantes.
Leia Mais
'Não farei busca às bruxas', diz Kátia Abreu sobre comissão de salários extratetoSenado promete acabar com os supersalários de servidores públicosRenan anuncia comissão para investigar salários extra-teto nos três PoderesCúpula do Judiciário dá aval à comissão dos supersaláriosRenan nega que tenha tratado de supersalários em almoço com TemerEsta foi a terceira vez que Cármen se reuniu com os presidentes dos TJs desde que assumiu a presidência do STF, em setembro. Na pauta do encontro desta segunda-feira, foram discutidos temas ligados à segurança pública, à situação dos presídios, à judicialização da saúde e ao pagamento da folha do Judiciário - a ofensiva de Renan foi levantada por alguns participantes, mas não foi o assunto principal da conversa, segundo relatos.
"O Judiciário é caro. Uma grande parte do Poder Judiciário é perdulária, tem uma história, uma cultura de gastar cada vez mais. Os vencimentos dos juízes, embora sejam dignos, há situações em que o vencimento médio dos funcionários é muito alto", admitiu Santos.
Para o presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, desembargador Mário Machado, o movimento de Renan é, na verdade, "uma ofensiva da sociedade em relação aos supersalários que não sejam justificados".
Na avaliação do presidente do TJ de Sergipe, desembargador Luiz Mendonça, o Judiciário não deve estar preocupado com a criação da comissão especial. "A gente tem de estar mais preocupado é com o que a população quer do Judiciário. O Judiciário quer, sim, atender essas demandas da melhor forma possível", disse Mendonça..