Brasília – A reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado terminou em confusão. A votação da proposta de emenda à Constituição que prevê o fim do foro privilegiado estava marcada para as 10h de ontem, mas foi cancelada antes mesmo de ser aberta. Senadores argumentam que estavam presentes para o início da sessão, mas receberam um e-mail do presidente da comissão, José Maranhão (PMDB-PB), às 10h24, em que o parlamentar cancelava a reunião.
“Estava a postos para defender o fim do foro privilegiado, mas ‘misteriosamente’ a sessão foi cancelada”, informou o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). A Mesa Diretora da CCJ alegou falta de quórum às 10h18, 12 minutos antes do fim do prazo em que os parlamentares devem registrar presença no painel. O que, segundo o relator da PEC 10/2013, que prevê o fim do foro privilegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), não era verdade. “Não teve painel para registrar presença. A sessão não foi aberta”, declarou.
Para uma sessão ser cancelada por falta de quórum, é necessária ser aberta por, no mínimo, 30 minutos para que os políticos registrem presença. Segundo parlamentares, José Maranhão cancelou a reunião porque perdeu o voo após passar o feriado em casa, na Paraíba.
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Presidente da OAB volta a defender fim do foro privilegiadoForo privilegiado fere o direito da igualdade de todos perante a leiDuas propostas para fim do foro privilegiado estão prontas para votaçãoIndependentemente da não abertura da sessão, muitos parlamentares não conseguiram ir à CCJ por terem compromissos agendados com autoridades no horário da votação. O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) esteve no Palácio do Planalto com o presidente Michel Temer e a bancada capixaba do Senado. Já os senadores Antônio Anastasia (PSDB-MG), Magno Malta (PR-ES) e José Pimentel (PT-CE) se encontraram com a ministra Carme Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para debater a Comissão Especial do Extrateto.
O cancelamento da sessão de ontem, no entanto, não desanimou o relator da PEC.
Abuso de autoridade
Um dos poucos parlamentares a defender abertamente o projeto que vai modificar a Lei de Abuso de Autoridade, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), confirmou que será o relator do projeto. “Convidado, aceitei relatar o projeto de abuso de autoridade. Procederei com firmeza, isenção e rapidez. Garantias do direito desejam esta lei”, escreveu o senador, no Twitter. “Qual o melhor momento para votar o abuso de autoridade? Quando você for abusado?”, indagou o senador.
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