“Estava a postos para defender o fim do foro privilegiado, mas ‘misteriosamente’ a sessão foi cancelada”, informou o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). A Mesa Diretora da CCJ alegou falta de quórum às 10h18, 12 minutos antes do fim do prazo em que os parlamentares devem registrar presença no painel. O que, segundo o relator da PEC 10/2013, que prevê o fim do foro privilegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), não era verdade. “Não teve painel para registrar presença. A sessão não foi aberta”, declarou.
Para uma sessão ser cancelada por falta de quórum, é necessária ser aberta por, no mínimo, 30 minutos para que os políticos registrem presença. Segundo parlamentares, José Maranhão cancelou a reunião porque perdeu o voo após passar o feriado em casa, na Paraíba. A assessoria do senador informou que ocorreu um problema com o voo, mas que, independentemente, de ele estar presente, a sessão poderia ter sido aberta por outra pessoa.
Independentemente da não abertura da sessão, muitos parlamentares não conseguiram ir à CCJ por terem compromissos agendados com autoridades no horário da votação. O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) esteve no Palácio do Planalto com o presidente Michel Temer e a bancada capixaba do Senado. Já os senadores Antônio Anastasia (PSDB-MG), Magno Malta (PR-ES) e José Pimentel (PT-CE) se encontraram com a ministra Carme Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para debater a Comissão Especial do Extrateto.
O cancelamento da sessão de ontem, no entanto, não desanimou o relator da PEC. “Conforme vai aumentando a pressão, mais favorável fica a votação. Tentaremos colocar a PEC na pauta da próxima semana”, disse Randolfe Rodrigues. Por mais que se diga favorável ao fim do foro, o senador Waldemir Moka (PMDB/MS), afirma que não é possível prever que a proposta será aprovada. “O projeto é polêmico”, ponderou.
Abuso de autoridade
Um dos poucos parlamentares a defender abertamente o projeto que vai modificar a Lei de Abuso de Autoridade, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), confirmou que será o relator do projeto. “Convidado, aceitei relatar o projeto de abuso de autoridade. Procederei com firmeza, isenção e rapidez. Garantias do direito desejam esta lei”, escreveu o senador, no Twitter. “Qual o melhor momento para votar o abuso de autoridade? Quando você for abusado?”, indagou o senador. O peemedebista defende que a proposta deve ser analisada independentemente da investigação em curso. O projeto sobre o abuso de autoridade é uma prioridade para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).