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Ex-governador do Rio Anthony Garotinho é preso pela Polícia FederalEx-governador do Rio Sérgio Cabral é preso pela PFSérgio Cabral cobrava mensalão de R$ 500 mil e chefiava organização criminosa, diz MPGarotinho resiste à transferência para penitenciária de BanguJustiça ordena transferência imediata de Garotinho para BanguO site do político mostrou ainda que, mesmo depois de preso, as diferenças políticas não ficaram de lado, fez questão de ressaltar que a situação de Garotinho é "completamente diferente" da de Cabral e insinuou também que "não foi coincidência" terem escolhido ontem para prender um e hoje para prender o outro.
"É evidente que querem associar as duas prisões, confundir as pessoas para colocarem Garotinho e Cabral no mesmo bolo", diz o texto publicado às 8h13 desta quinta. Cabral foi detido nesta manhã por determinações da Justiça Federal no Rio e da Justiça Federal no Paraná acusado de liderar um esquema de corrupção envolvendo grandes obras no período em que foi governador do Rio, como o estádio do Maracanã, e também de receber propina em um contrato do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Segundo as investigações, Cabral e sua organização criminosa teriam recebido ao menos R$ 224 milhões em propinas referentes às obras do governo do Estado. Além disso, o ex-governador teria recebido outros R$ 2,7 milhões em propina entre 2007 e 2011 referente ao contrato da Andrade Gutierrez com a Petrobrás para as obras do Comperj.
Já Garotinho foi denunciado à Justiça Eleitoral acusado de, associação criminosa, corrupção eleitoral supressão de documentos públicos e coação a testemunhas. A investigação do Ministério Público Eleitoral também aponta para Garotinho como chefe de um grupo criminoso.
Diferentemente de Cabral, contudo, o esquema de seu rival envolveu a distribuição do chamado Cheque Cidadão, um programa social que prevê benefício de R$ 200 mensais a famílias carentes, sem respeitar os critérios e para comprar votos da população de Campos dos Goytacazes para os vereadores aliados de Garotinho.
O município do interior do Estado do Rio é reduto eleitoral do ex-governador, que exerce o cargo de secretário de governo local enquanto sua mulher Rosinha Garotinho é prefeita da cidade. Na versão do blog oficial do político, as acusações contra ele são uma "retaliação pelas denúncias que afetam pessoas poderosas".
"É importante destacar que a situação de Cabral é completamente diferente do caso de Garotinho. Cabral e seu grupo são acusados de receber R$ 224 milhões em propinas cobradas em grandes obras. Garotinho é acusado por dar o Cheque Cidadão às pessoas humildes de Campos. Garotinho não está sendo acusado de por desvio de dinheiro, nem por ato de improbidade.
A rigor, uma das acusações contra ele é de corrupção eleitoral, que pode levar à condenação de até quatro anos de prisão. Uma das acusações que pesam contra Cabral, por sua vez, é de corrupção "comum" que pode render de 2 a 12 anos de cadeia, em caso de condenação.
A pena de ambos, caso sejam condenados na Justiça, porém, pode ser muito maior levando-se em conta as outras acusações e suspeitas que pesam contra os dois ex-governadores fluminenses..