Brasília, 17 - O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados retomou nesta quinta-feira, 17, a oitiva das testemunhas do caso da cusparada do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) em direção ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no dia da votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff na Casa.
Um dos depoimentos foi do ex-corregedor da Câmara, Carlos Mannato (SD-ES), que defendeu uma punição ao parlamentar do PSOL. "Achamos que tem que ter um afastamento temporário do mandato", afirmou.
Jean Wyllys responde a processo por quebra de decoro parlamentar e pode ser suspenso por até seis meses pelo "ato atentatório". A análise da representação ainda está em fase preliminar e caberá ao colegiado decidir se dará prosseguimento ou se vai arquivar o processo.
O processo contra Wyllys é fruto de seis representações levadas à Corregedoria da Casa e Mannato disse que na ocasião foi sugerida essa punição por considerar que houve quebra de decoro. Mannato considerou que não era o caso de pedir a cassação. "A perda do mandato é uma coisa muito grave", declarou.
Em defesa de Wyllys falou o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que rechaçou a tese dos adversários do parlamentar de que o cuspe foi premeditado. "Posso garantir que o que aconteceu foi de fato uma reação", declarou no depoimento.
Glauber disse que o colega de bancada foi vítima de palavras irônicas e homofóbicas, já que Bolsonaro teria uma relação de "provocação permanente" contra Wyllys. "É uma estratégia permanente de confronto", comentou. O colegiado ainda ouvirá nos próximos dias novas testemunhas arroladas pela defesa de Wyllys.