A relatora da comissão que vai analisar os salários que não respeitam o teto constitucional, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), disse no início da tarde desta quinta-feira que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apoiou o trabalho do grupo e se manifestou de forma favorável ao fim dos pagamentos extrateto no funcionalismo público. "Gostei de uma frase da ministra Cármen Lúcia (Supremo Tribunal Federal) e do procurador-geral, idênticas: 'Teto é teto'. Ninguém pode passar do teto", disse a senadora, ao deixar o prédio da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A senadora afirmou em reunião com Janot que o trabalho da comissão "não é uma caça às bruxas". "Nós estamos tentando fazer a nossa parte", disse.
"Foi uma reunião excepcional. Nós inicialmente iríamos visitar apenas os Três Poderes (...), mas achamos por bem visitar o procurador-geral da República, o Ministério Público, que tem desempenhado um papel extraordinário pelo País", disse a senadora. "O procurador se colocou inteiramente à disposição. Muito feliz com a comissão. Acha que é mais do que necessário", afirmou Kátia Abreu.
A senadora elogiou a transparência do site do Ministério Público Federal e disse que Janot se comprometeu a verificar, por meio do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), se os Ministérios Públicos estaduais seguem o mesmo grau de transparência. Ele também garantiu que, na PGR, os salários estão dentro do teto constitucional, incluindo gratificações e bonificações.
Kátia Abreu afirmou que a comissão terá uma reunião interna na próxima terça-feira para ajustar "questões importantes" da pauta. Para ela, o teto constitucional - atualmente no valor de R$ 33,7 mil - deve incluir não só salário, gratificações e benefícios e como também auxílios pagos.
Ontem, a senadora também se reuniu com o presidente da República, Michel Temer, quem, segundo a parlamentar, manifestou "total apoio" ao trabalho da comissão.