O primeiro dia de discussões no plenário da Assembleia Legislativa sobre o relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que livra o governador Fernando Pimentel (PT) de responder a processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro terminou com bate-boca e cancelamento de reunião agendada para a noite de quinta-feira.
O clima esquentou quando o deputado Sargento Rodrigues (PDT), que é da oposição, subiu à tribuna e disse que alguns parlamentares que eram governistas durante a gestão do PSDB de Antonio Anastasia agora defendem o PT em troca de benesses, como a liberação de recursos de emendas e cargos no governo.
O deputado Agostinho Patrus (PV) – que era da base de Anastasia e atualmente pertence ao bloco independente, mas vem defendendo Fernando Pimentel publicamente – se sentiu ofendido, e aí começou o bate-boca, que terminou com o pedetista descendo da tribuna para enfrentar o colega. Os dois quase saíram no braço, mas foram impedidos pela turma do “deixa disso”.
Rodrigues alega que o colega disse a ele palavras de baixo calão e foi desafiado a descer. Já Agostinho negou, dizendo que o deputado do PDT vem tentando intimidar os colegas para votar contra o governador. Diante do episódio, a reunião foi suspensa e desmarcada a sessão agendada para a noite. Nesse momento, começou outra confusão. Desta vez, entre o deputado Paulo Guedes (PT) e o empresário Reinaldo Quintela, que acompanhava a reunião da galeria.
O parlamentar reclamou que o empresário ameaçou agredi-lo fisicamente e, por isso, prestou queixa contra ele na Polícia Legislativa. O empresário depôs aos policiais da Casa e negou que tenha provocado o parlamentar, mas afirmou que sempre participa das reuniões para acompanhar os trabalhos da Casa e que luta contra a corrupção.
Paulo Guedes afirma ter sido agredido com pauladas por manifestantes na quarta-feira, e ontem, teria ouvido do empresário que hoje (ontem) ele apanharia mais. “Estou representando contra ele em defesa da democracia”, afirmou Paulo Guedes.
Mais três reuniões plenárias estão marcadas para esta sexta-feira para a discussão do parecer da CCJ.