O Ministério Público Federal (MPF) devolveu nesta sexta-feira quase R$ 205 milhões aos cofres da Petrobras vindos dos esquemas de corrupção na estatal. Essa é a terceira restituição feita à empresa petrolífera desde que a Operação Lava-Jato foi desencadeada em meados de 2014. Ao todo, de acordo com o MPF, os acordos de leniência e de delações premiadas permitiram recuperar mais de R$ 500 milhões aos cofres públicos.
Os valores foram anunciados pela procuradora da República, Paula Conti Thá, durante coletiva realizada em Curitiba (PR). No local também foi assinado o termo de restituição de valores com a presença do presidente da Petrobras, Pedro Parente.
Nas outras duas devoluções anteriores, foram reintegrados aos cobres públicos cerca de R$ 157 milhões, na primeira, e outros R$ 139 milhões na segunda. Somados, os valores atingem mais de R$ 500 milhões.
Ao todo, foram feitos 21 acordos de colaboração e que resultaram no montante devolvido. Sendo 18 de delação premiada de pessoas físicas e outros três de acordos de leniência com empresas. Até o momento, dentro da operação, já foram celebrados 70 acordos de colaboração, 6 acordos de leniência e um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
Durante a coletiva, os representantes do MP destacaram o trabalho e a necessidade de que o projeto com as 10 medidas anticorrupção, em tramitação no Congresso fosse aprovado. A intenção é garantir a continuidade do trabalho, afirmou o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força tarefa da Lava-Jato. “Nós não vamos desistir, mas, mesmo assim, seremos derrotados se a sociedade não estiver ao nosso lado”, afirmou.
Ainda de acordo com ele, é necessário que seja mudada a cultura da corrupção no país. Dallagnol destacou que os recursos que foram usados para pagamento de propina poderiam ter sido investidos em benefícios para a população. “Estamos a ver navio, a ver saúde, a ver educação”, destacou, ressaltando que no Brasil a vítima que sempre paga o pato”.
O delegado da Polícia Federal, Maurício Grillo, afirmou que a devolução do valor funciona como incentivo para que outros valores sejam recuperados, mesmo sendo pouco significativo diante do tamanho da Petrobras.
Confira a lista de quem e quanto devolveu:
Agosthilde de Mônaco Carvalho – R$ 561.075,76
Augusto Mendonça – R$ 3.654.544,12
Camargo Corrêa – R$ 13.496.160,51
Carioca Engenharia – R$ 4.514.549,36
Cid José Campos Barbosa da Silva – R$ 1.361.108,22
Dalton Avancini – R$ 615.214,86
Eduardo Leite – R$ 3.234.115,08
Eduardo Musa –R$ 2.491.703,88
Hamylton Padilha Junior – R$ 56.436.661,43
João Medeiros Ferraz – R$ 1.514.884,92
José Adolfo Pascowitch – R$ 8.061.648,61
Júlio Camargo – R$ 16.378.002,66
Luis Eduardo Campos Barbosa da Silva – R$ 3.221.368,12
Mário Frederico de Mondonça Góes – R$ 1.155.570,78
Milton Pascowitch – R$ 16.125.201,60
Pedro José Barusco Filho – R$ 41.535.289,50
Ricardo Ribeiro Pessoa – R$ 5.641.161,51
Roberto Trombeta – R$ 11.974.842,02
Rodrigo Morales – R$ 8.691.786,92
Shinko Nakandakari – R$ 1.061.455,05
Setal Óleo e Gás (SOG) – R$ 2.555.397,02