Brasília - A ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral, determinou no fim da noite de ontem a transferência do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho para um hospital e, após exames, para prisão domiciliar. Preso pela Polícia Federal sob a acusação de usar programas sociais para comprar votos, ele ficou sozinho em um quarto no hospital desde quarta-feira, quando chegou após ter sido preso e passado mal. Foi submetido a exames que mostraram alterações cardíacas e a equipe médica indicou que ele passasse por um cateterismo.
Na noite de quinta, foi transferido do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio, onde ele não poderia receber o tratamento médico que foi indicado para seu quadro cardíaco. Na decisão, a ministra afirma que não cabe ao juiz avaliar o quadro clínico do ex-governador. Ela diz ainda que o juiz procedeu sem qualquer embasamento técnico-pericial por parte da equipe médica que acompanhava o quadro de saúde de Garotinho. “Atitude, a meu ver, em tudo temerária, ante o risco de gravame à integridade física do custodiado”, diz a ministra na decisão.
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Após determinação da Justiça, Garotinho foi levado, esperneando e aos berros, para para o presídio José Frederico Marques, no Complexo de Bangu.
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