O ex-secretário de governo Wilson Carlos, apontado por delatores da Operação Lava-Jato como "operador administrativo" de Sérgio Cabral (PMDB), gastou R$ 1.646.526,95 no cartão de crédito entre 2007 e 2015, segundo relatório do Ministério Público Federal com dados da Receita Federal. Se somados R$ 459.266,20 das despesas da mulher de Wilson Carlos, o valor vai a R$ 2.105.793,15.
"A título de exemplo, em 2012, a renda média declarada do casal foi de R$ 17.200,33 por mês. Em fevereiro, o casal gastou R$ 36.749,54 somente em um dos cartões."
Nesta segunda-feira, a Procuradoria da República pediu a conversão de prisão temporária de Wilson Carlos em custódia preventiva "para resguardar a ordem pública, a instrução criminal e a aplicação da lei penal". Ele também foi preso na quinta-feira, 17. É o único do grupo de Cabral que se encontra preso em Curitiba. "É mister a prisão preventiva para garantia da ordem pública", argumenta a Procuradoria.
Wilson Carlos foi secretário de Administração da Gestão de Sérgio Cabral. Segundo delatores da Lava Jato, ele "era o operador administrativo do ex-governador, sendo responsável pela organização da forma de pagamento e da cobrança das propinas ajustadas pelas empreiteiras com Sérgio Cabral".
No relatório, a Procuradoria aponta um gasto de US$ 416 com o aluguel de limusine no ano de 2011. A força-tarefa da Lava-Jato destacou gastos com cosméticos, roupas e restaurantes de cozinha francesa.
"Verifica-se que Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho e Mônica Araújo Macedo Carvalho não poupavam em restaurantes ou roupas de grife", diz o relatório.
Sérgio Cabral foi preso na quinta-feira, 17, na Operação Calicute, nova etapa da Lava-Jato.