Com 6 milhões de processos em tramitação, o Judiciário aposta na solução extrajudicial de conflitos para desafogar comarcas do estado. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) inaugurou nessa segunda-feira o Fórum de Mediação e Conciliação em Belo Horizonte, a primeira instituição do tipo no país. A intenção é promover mais de 6,5 mil audiências por mês no local e evitar que essas causas se convertam em mais trabalho para os juízes.
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'Os juízes têm que ter tranquilidade para julgar', diz Cármen LúciaCármen Lúcia faz visita surpresa à Penitenciária da Papuda, no DFCármen Lúcia desiste de palestra em evento de juízes“Temos 95 comarcas no estado sem juízes. Quando você possibilita essa conciliação exitosa, evita um processo a menos no Judiciário”, afirma o presidente do TJMG, Hebert Carneiro. Segundo ele, por causa da crise financeira, o tribunal conseguiu nomear 20 dos 75 aprovados no último concurso para magistrado.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, participou da inauguração e defendeu a maior rapidez da Justiça. “O cidadão reclama porque o serviço público não é eficiente. E não é mesmo. O processo precisa ter começo, meio e fim. A conciliação oferece resultado”, reforça a ministra, que ainda criticou a cultura do “recurso” no Judiciário. “A morosidade dos processos não acabou porque há quem se valha disso”, disse.
O fomento à conciliação e à solução de conflitos fora das instâncias formais do Judiciário vai ao encontro do que prevê o novo Código de Processo Civil.
O fórum vai atender 1.728 audiências de família, 3.456 cíveis, 504 de DPVAT, 576 criminais, 216 de fazenda pública e 72 empresariais. Os números totalizam cerca de 2 mil audiências a mais, mensalmente.
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