Em mais uma demonstração de apoio ao ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), deputados da base aliada marcaram presença na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara e conseguiram derrubar, por 17 votos a 3, o requerimento para que o peemedebista fosse convocado para explicar acusação de tráfico de influência feita pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero.
Na semana passada, Calero pediu demissão no cargo e acusou Geddel de pressioná-lo para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural (Iphan), ligado ao Ministério da Cultura, produzisse um parecer técnico para liberar a construção de um empreendimento imobiliário em Salvador no qual comprou um apartamento.
Em votação simbólica, governistas também rejeitaram o pedido para que Calero fosse convidado a comissão para falar do caso.
Votaram a favor da convocação de Geddel apenas três deputados do PT: Adelmo Leão (MG), Paulão (AL) e Jorge Solla (BA), que apresentou o requerimento.
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), que não faz parte da comissão, participou da sessão e foi o responsável por orientar a votação da base. "Quero que me digam qual foi o crime praticado pelo ministro Geddel que até agora não consegui enxergar", disse.
Na terça-feira, Moura já havia liderado um movimento a favor de Geddel, ao organizar um manifesto de apoio assinado por líderes da Casa.
A rejeição dos requerimentos também foi marcada por um bate-boca entre os deputados Wladimir Costa (SD-PA) e Paulão (PT-AL). Após Costa xingar petistas de "vagabundos", Paulão reagiu e afirmou que o deputado do Pará já havia sido preso e era "bandido".