Brasília, 24, 24 - O líder da Rede na Câmara, Alessandro Molon (RJ), sugeriu na noite desta quinta-feira, 24, a convocação do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, para confirmar aos deputados a denúncia de que o presidente Michel Temer também fez pressão para a liberação do empreendimento imobiliário em Salvador (BA), onde o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, comprou um apartamento. Se Calero repetir o que disse à Polícia Federal, o deputado defenderá a coleta de assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
"Se ele confirmar, a denúncia é extremamente grave", classificou Molon. Para o líder partidário, o caso demonstra inicialmente que o posto mais alto do País foi usado para pressionar um servidor público a atender o interesse privado de Geddel.
A posição de Molon vai em linha diferente da bancada do PT, que fala em impeachment de Temer. O líder do PT, deputado Afonso Florence (BA), disse que as bancadas na Câmara e no Senado vão continuar atuando para apurar o caso, "que agora ficou muito mais grave, com o envolvimento de Temer nas denúncias". "Identificado o crime de responsabilidade, o caminho é a abertura de um processo de impeachment de Temer. O governo Temer derrete", afirmou por meio de nota.
O vice-líder da bancada do PMDB na Câmara, Carlos Marun (MS), voltou a defender o presidente Michel Temer e pediu para que não seja dado crédito ao "maledicente" e "tresloucado". "Ele perdeu a oportunidade de ficar calado", declarou. O deputado disse que Calero denuncia sem provas para atingir Temer, mas não conseguirá.