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Justiça mantém prisão de ex-governador do TocantinsPolícia Federal prende e leva para depor ex-governadores do TocantinsPF deflagra operação Ápia contra fraudes de R$ 1,2 bi em licitações no TocantinsJuíza dá 72h para governador do TO explicar nomeação do tio na ControladoriaSTJ determina bloqueio dos bens do governador de TocantinsOperação da PF mira em Marcelo Miranda, governador do TocantinsA investigação apontou um esquema de fraudes em contratos de licitações públicas com empresas de familiares e pessoas de confiança do chefe do executivo estadual, que teria gerado enorme prejuízo aos cofres públicos. As autoridades identificaram, até o momento, um montante de mais de R$ 200 milhões efetivamente lavados.
Ao todo devem ser cumpridos 108 mandados judiciais expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) sendo 8 de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína, no Tocantins, em Goiânia (GO), Caraguatatuba (SP), em Canãa dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São Felix do Xingu e Sapucaia - no Pará - e no Distrito Federal.
Fraude
A ocultação do dinheiro desviado ilicitamente era feita por meio de transações imobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais dentre os quais a compra de fazendas e de grandes quantidades de gado. Parte do valor teve por destino a formação de caixa dois para campanhas realizadas no Estado.
Chamou atenção dos policiais o volume de algumas transações financeiras do grupo que, pela sua desproporcionalidade, denotam claramente a intenção de dissimular as vultosas movimentações ilícitas do grupo. Em um dos casos foi identificada um contrato de compra de gado cujo volume, segundo a perícia realizada, não caberia sequer dentro da propriedade onde pretensamente deveriam se encontrar o rebanho. Essa técnica foi apelidada pelos investigadores como “Gados de Papel”.
Em outro caso, um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma empresa de transportes aéreos alcançou valores tão exorbitantes que, sendo dimensionadas em horas de voo, obrigariam os aviões a serem abastecidos no ar para que se pudesse suprir o valor integral do contrato. Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva, fraudes à licitação e organização criminosa.
O nome da operação “Reis do gado” foi dado em razão dos principais investigados serem grandes pecuaristas no Estado do Pará. O gado era a destinação de grande parte do dinheiro desviado, onde se operava a lavagem de dinheiro. .