Em evento no Conselho Federal da Ordem Dos Advogados do Brasil (OAB) com discussões sobre a reforma política nesta terça-feira o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, fez uma autocrítica, como ministro do Supremo, quanto à aprovação, na Corte, de restrições à mudança de partidos.
Leia Mais
Gilmar Mendes defende novo modelo de financiamento eleitoralTribunal Federal arquiva Operação Turbulência que apurava financiamento a CamposBNDES suspende financiamentos a empreiteiras investigadas pela Lava-JatoGilmar Mendes diz que embate com Marco Aurélio é 'página virada'Gilmar vê 'possibilidade' de anular delações após vazamentosRelator da reforma política defende mudanças no sistema de financiamentoJucá diz que financiamento atual não serve para eleição de 2018O presidente do TSE tratou de financiamento público, mas afirmou ser "difícil discutir financiamento sem saber qual vai ser o modelo ou o sistema eleitoral". "Se caminhássemos para um modelo de lista fechada poderíamos ter um modelo de financiamento público, poderíamos pensar. Mas se temos um modelo de lista aberto, fica difícil", disse Mendes.
"Nós sabemos o que não queremos, mas não sabemos o que queremos. Uma coisa que não está dando certo é o sistema de lista aberta com essa multiplicidade de partidos.
Gilmar utilizou o exemplo do Chile para mostrar uma preocupação com relação à ideia de instituir o voto facultativo. "O Chile decidiu encerrar o ciclo do voto obrigatório. E colheu nas eleições municipais um dado preocupante: quase 70% de abstenção."
A abertura do encontro foi feita pelo presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, que cobrou avanços e afirmou que o "Brasil precisa de uma reforma política". "A OAB tem tido muito cuidado para não entrar na linha da demonização da política. Não há democracia sem políticos", falou Lamachia.
O presidente do Congresso, Renan Calheiros, também está presente. Também foi convidado, mas não compareceu, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Também devem participar o ministro das relações exteriores, José Serra, e o vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino.