O juiz Sérgio Moro, responsável por conduzir as investigações da Lava-Jato na Justiça Federal no Paraná, informou nesta terça-feira que vai tirar licença da Universidade Federal do Paraná, onde é professor, mas que não vai fazer curso nos Estados Unidos.
"É falso o pedido de licença para estudar nos Estados Unidos. É verdadeiro o pedido de licença das aulas da UFPR", afirmou o magistrado em nota, diante das especulações sobre sua eventual saída do País. O juiz quer se dedicar aos estudos nos EUA futuramente, o que só ocorreria após o fim da Lava-Jato.
Oficialmente, a UFPR não comenta o caso, mas a expectativa é de que Moro deixe de lecionar no ano que vem para se dedicar exclusivamente à Lava-Jato. A operação já teve 37 fases, além de desdobramentos em outros Estados e no Supremo Tribunal Federal, e se estende por mais de dois anos e oito meses. Por determinação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o juiz Moro está destacado para julgar apenas os casos da operação.
Com a delação premiada e o acordo de leniência da Odebrecht e seus executivos, a expectativa é de que as investigações mais que dobrem de tamanho avançando sobre novos agentes públicos, empresas e obras do governo federal e de governos estaduais.
De março de 2014 até aqui, a Lava-Jato no Paraná já acumula 250 denunciados em 54 ações penais, dos quais 82 já condenados a mais de 1 mil anos de prisão, e R$ 6,4 bilhões de propina identificados no esquema de formação de cartel, desvios e corrupção na Petrobras.