O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que o pacote anticorrupção apresentado pelo Ministério Público Federal (MPF) ao Congresso estava "fadado" a sofrer modificações. Em votação na Câmara, na madrugada desta quarta-feira, deputados desfiguraram o projeto. Das dez medidas originais, apenas quatro passaram parcialmente e itens que podem enfraquecer investigações foram incluídos.
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Pacote anticorrupção do MPF estava 'fadado' a receber mudanças, diz RenanRenan confirma votação do fim da reeleição para amanhãRenan diz que questão de galerias, fechadas, está 'resolvida'Manobra de Renan é assunto da noite em jantar natalinoSaiba como votaram os deputados de MG na emenda de abuso de autoridade contra juízes e MP Deputados criticam votação de pacote anticorrupção 'na calada da noite'Partidos implicados na Lava-Jato votam em peso em proposta de abuso de autoridadeProcuradores ameaçam deixar Lava-Jato se Congresso aprovar punição a juízes e MP 'Nunca se conseguiu, nem se conseguirá, calar a Justiça', afirma Cármen Lúcia"(O pacote) não poderia ter sido aprovado assim, a menos que fosse um estado de exceção. Não poderia ter tido outro tratamento, o pacote estava fadado a receber o tratamento que recebeu", declarou Renan. Ele completou que "não é essa a democracia que se deseja" no Brasil.
Com a aprovação do texto na Câmara, o projeto ainda terá que ser analisado pelos senadores, porém Renan demonstrou não ter pressa para dar andamento à análise. Segundo o presidente do Senado, ele ainda não leu a redação final e precisa "refletir" sobre a tramitação.
Na madrugada desta quarta-feira, 30, deputados colocaram no projeto uma emenda que inclui o crime de responsabilidade para deputados e senadores. Renan foi questionado se isso o faria desistir de tentar aprovar o projeto de abuso de autoridade no Senado. "O fundamental é que tenhamos leis para punir o abuso. Duvidar dessa lei é duvidar do próprio Poder Judiciário", desconversou..