São Paulo, 01 - Sem convocação de grupos organizados como Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua, as panelas voltaram a ser ouvidas em capitais brasileiras na noite desta quarta-feira, 30. Convocados por internautas por meio do Twitter e Facebook, os panelaços foram registrados entre 20h e 21h. O foco dos protestos foram os parlamentares que modificaram o projeto anticorrupção.
Nas redes sociais, os internautas divulgaram o ato para as 20h30. Com a hashtag #panelaço, os tweets se concentraram em São Paulo e no Rio - alguns dos registros foram divulgados em vídeo pelos internautas.
Em São Paulo, houve panelaço em Pinheiros, Lapa e Pompeia, na zona oeste, nos Jardins e Moema, zona sul, e também na Avenida Paulista, Higienópolis e Santa Cecília, na região central. No Rio, além do ato com as panelas, também foram registrados buzinaços e panelaços em Copacabana, Leblon, Flamengo e Gávea, na zona sul, em Humaitá, zona norte, e Barra da Tijuca, zona oeste.
A decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de pedir urgência para votar na Casa o pacote anticorrupção aprovado pela Câmara também motivou os protestos. O requerimento, porém, foi rejeitado pelos senadores.
Usuários chegaram a dizer que o protesto é favorável à continuação da Operação Lava Jato e contra o presidente Michel Temer. "Esquerda e direita mais unidas do que nunca", escreveu Léo Brossa, do Rio.
Nas ruas
Os protestos voltarão às ruas neste domingo. As três maiores organizações, Vem Pra Rua, MBL e Nas Ruas, convergem em dois pontos nas demandas que serão levadas à Avenida Paulista: defesa "intransigente" da Lava Jato e crítica ao Legislativo, que estaria desfigurando as dez medidas contra a corrupção.
Carla Zambelli, líder do grupo Nas Ruas, disse que os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), serão o alvo.
O Vem Pra Rua, que promete reunir manifestantes em cem cidades, adotou como palavra de ordem o apoio "total e irrestrito" à Lava Jato. O MBL, que ainda não definiu sua participação na manifestação, usou as redes sociais nesta quarta para criticar os senadores. Renan foi chamado de "capitão do golpe" e Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, foi acusado de ter feito "parte do acordo" para modificar as dez medidas. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..