São Paulo – “Como os pedidos só foram diminuindo, quando o celular tocava de manhã a gente já sabia que era o banco ligando para cobrar a prestação da casa”, lembra o auxiliar de cozinha Luiz Eduardo Meirelles, de 48 anos, que faz doces para festas desde que foi demitido de uma confeitaria da Grande São Paulo, em maio. Ele está no grupo de mutuários da faixa 1 do Minha casa, minha vida, programa federal de subsídio à moradia popular, que não vem conseguindo pagar as prestações.
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Temer diz que governo trabalha 'ativamente' para combater o desempregoTemer diz que sua gestão não é responsável pelo elevado nível de desempregoTaxa de desocupação média para 2016 está em torno de 11%, ante 8,5% em 2015Para efeito de comparação, o índice de prestações atrasadas na carteira de crédito que inclui as faixas 2 e 3 do Minha casa, minha vida – para famílias com renda mais elevada –, era de cerca de 2,03% no terceiro trimestre deste ano, de acordo com a Caixa Econômica Federal.
O crédito imobiliário da faixa 1 do Minha casa se destina às famílias que têm renda mensal bruta de até R$ 1,8 mil. Os preços dos imóveis variam de acordo com a localidade e, como até 90% do valor da casa é custeado com recursos públicos, os novos contratantes pagam prestações mensais a partir de R$ 80. Até o ano passado, esses números eram mais generosos: a prestação mínima paga pelos beneficiários do programa era de R$ 25 ao mês. Além disso, para toda a faixa 1, cerca de 95% do valor do imóvel era subsidiado.
No Amapá e em Roraima, estados com maior percentual de inadimplentes em setembro, os atrasos nos pagamentos chegam a 41%.
“O programa precisa criar mecanismos de cobrança mais eficientes, como os usados pelo microcrédito. Uma alternativa seria a adoção de agentes de crédito, atuando de porta em porta, para instruir os mutuários e propor alternativas de renegociação das dívidas”, diz o especialista. Com medo de perder o imóvel, o auxiliar de cozinha Luiz Eduardo Meirelles conta que vai vender a moto da família e passará a fazer as entregas dos doces de bicicleta. “Trabalhar em casa era um sonho antigo que virou falta de opção, só que todo mundo está segurando gastos e fica difícil vender. A gente passou da fase dos pequenos cortes.