Brasília - As manifestações de rua previstas para hoje, em todo o país, preocupam o Palácio do Planalto. O receio é de que os protestos sirvam para puxar uma perigosa onda de mobilização pela saída do presidente Michel Temer, como aconteceu com Dilma Rousseff, deposta em agosto por um processo de impeachment. Na avaliação do governo, o Congresso contribuiu, nos últimos dias, para aumentar a tensão política, ao aprovar um pacote que desfigurou as medidas contra a corrupção.
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Manifestantes prometem voltar às ruas neste domingo em atos em defesa da Lava-JatoLava-Jato ganha principal prêmio anticorrupçãoPara MBL e vem pra rua, protestos não serão 'Fora Temer'Protestos acontecem em várias cidades pelo paísOrla de Copacabana é interditada por protesto contra corrupção Manifestantes vão depositar ratos de papel no CongressoAto em Brasília tem cerca de 5 mil manifestantesProtestos de hoje terão como foco defesa do JudiciárioO comportamento do PSDB na crise tem causado estranheza a Temer e até ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Na quarta-feira, por exemplo, o presidente soube que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) participou da articulação para tentar votar, a toque de caixa, o pacote aprovado pela Câmara, no qual foi embutido o crime de abuso de autoridade contra juízes, procuradores e promotores.
A manobra foi conduzida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mas acabou se transformando em um fiasco. Informações que chegaram ao Planalto - muitas delas vindas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) - dão conta de que Renan, hoje réu em ação penal por peculato, será o principal alvo das manifestações deste domingo, ao lado de bandeiras pedindo o fim da corrupção.
Interlocutores de Temer disseram ao jornal O Estado de S. Paulo, porém, que a desastrada operação do presidente do Senado provocou ainda mais repúdio da população à classe política, respingando no Planalto.