Jornal Estado de Minas

Manifestação na Praça da Liberdade defende a manutenção da Operação Lava-Jato


Milhares de manifestantes participam de ato em defesa da Operação Lava-Jato na manhã deste domingo na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul da capital. Segundo os organizadores do Movimento Vem para Rua, em torno de 15 mil pessoas participaram do ato em BH. A Polícia Militar informou que não vai divulgar estimativa.

Com bandeiras pedindo a continuidade das investigações e a aprovação das 10 medidas elaboradas pelo Ministério Público contra a corrupção, as pessoas se vestem com camisas do Brasil ou camisas verde e amarelas. A parte central da práça já está tomada. Representantes do Movimento Vem Pra Rua pedem uma pressão sobre o Congresso para que as medidas do pacote sejam aprovadas.

Protesto a favor da Lava-Jato homenageia Chapecoense


Para o engenheiro Alexandre Cardoso, à esquerda, a classe política não acompanha o momento do país - Foto: Ramon Lisboa
O advogado Eduardo Cordeiro Lopes, 56 anos, se fantasiou de Sérgio Moro e trouxe uma Constituição. "O que fazemos na rua hoje é defender nossa Constituição. Seu artigo 37 prevê a moralidade dos ocupantes de cargos públicos, seja no município, estados ou união. Moro tem defendido esse artigo com muita garra. É motivo de orgulho e deveria ser exemplo", diz o advogado, que é requisitado para fotos.

Um "mural da vergonha" foi montado com fotos dos deputados estaduais que anunciaram que vão votar pelo arquivamento da ação contra o governador Pimentel - Foto: Ramon Lisboa
Foi montado um "varal da vergonha" com fotos dos deputados estaduais que já anunciaram que vão votar pelo arquivamento da ação contra o governador Pimentel, que está sendo muito atacado no ato.



- Foto: Ana Carolina Claro

"Esse é nosso recado, apartidário e geral para a classe política.

Eles não acompanham o momento do país, que exige ética e moralidade de quem serve a população. Aos poucos vamos mudar a cultura dos nossos representantes", diz o engenheiro Alexandre Cardoso, 44 anos.

Em outro varal, fotos do deputado Rogério Correia e do governador Pimentel sujos de lama - Foto: Ramon Lisboa
Um varal com fotos do deputado Rogério Correia e do governador Pimentel sujos de lama foi montado na praça.

O servidor público Paulo Figueiredo trouxe um boneco do "Super Moro" e garante que os parlamentares estão com medo das investigações - Foto: Ramon Lisboa
O servidor público Paulo Figueiredo, 55 anos, trouxe um boneco do "Super Moro": "Já que os parlamentares estão com medo das investigações e farão de tudo para atrapalhar o andamento da Lava-jato, cabe ao povo agir nas ruas para que a operação continue. Vamos defender a Constituição para que os corruptos sejam punidos", diz.

Para Daniela Oliveira Cavalieri o Congresso quer intimidar os procuradores e juízes - Foto: Ramon Lisboa
"O Congresso tenta intimidar os procuradores e juízes da mesma forma que aconteceu na Itália. Se deixarmos isso acontecer, vamos ter mais um caso de impunidade", diz Daniela Oliveira Cavalieri, 37, citando a Operaçao "Mãos Limpas".

Aos 80 anos e se recuperando de uma cirurgia, Anna Maria participa de mais um ato contra a corrupção - Foto: Ramon Lisboa
Anna Maria, de 80 anos, se recupera de cirurgia, mas participa de mais um ato contra a corrupção: "Venho em todos os protesto desde o ano passado. Tenho vergonha de ver tanta gente corrupta levar o dinheiro do povo. É triste e revoltante", diz Anna.


Em nome da "defesa da Constituição", o advogado Eduardo Cordeiro Lopes se fantasiou de Sérgio Moro - Foto: Ramon Lisboa
Entenda o protesto

Na madrugada de quarta-feira, os deputados federais desfiguraram o pacote de leis de combate à corrupção apresentado pelo Ministério Público Federal (MPF). Os parlamentares incluíram uma emenda no texto que possibilita a punição de magistrados e integrantes do MP por crime de abuso de autoridade e retiraram outros itens do pacote, suprimindo ações que endureciam a legislação e simplificariam a tramitação processual em casos de desvios de verbas públicas.

Os procuradores que fazem parte da força-tarefa da Lava-Jato reagiram no mesmo dia e dispararam contra a Câmara.

Os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos dos Santos Lima chegaram a dizer que, “caso a proposta de intimidação de juízes e procuradores se tornasse lei”, eles renunciariam coletivamente às investigações e abandonariam a operação.

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