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Em Belo Horizonte, mais de 10 mil pessoas, segundo os organizadores do movimento Vem Pra Rua, passaram pela Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul da capital. A Polícia Militar não divulgou estimativa do público presente. O ato foi marcado para 10h, mas as pessoas começaram a chegar por volta de 10h30. Pouco depois de 11h a praça já estava cheia, com toda as ruas do entorno fechadas.
No trio elétrico do grupo Vem Pra Rua, os organizadores convocavam as pessoas a sair para protestar contra a tentativa de parlamentares de acabar com as investigações da Lava-Jato. Outros grupos, como Patriotas e Movimento Brasil Livre, também instalaram tendas e carros de som para convocar a população. Muitos participantes levaram faixas em apoio a Moro e um boneco inflável ao qual deram o nome de “Super Moro”.
O advogado Eduardo Cordeiro Lopes, de 56 anos, se fantasiou do juiz responsável pela investigação da Lava-Jato e foi muito requisitado para fotos com outros manifestantes.
A manifestante Daniela Oliveira Cavalieri, de 37, levou o boneco do “Super Moro” e alertou sobre as manobras feitas por Renan Calheiros e Rodrigo Maia para atrapalhar as investigações. “O Congresso tenta intimidar os procuradores e juízes da mesma forma que ocorreu na Itália. Se deixarmos isso acontecer, vamos ter mais um caso de impunidade no nosso país”, disse Daniela, citando os desdobramentos da Operação Mãos-Limpas que apurou ações do crime organizado e desvio de dinheiro público na Itália no início dos anos 1990.
No corredor central da praça foi montado o chamado “varal da vergonha” com fotos dos deputados estaduais que já anunciaram que vão votar pelo arquivamento da ação contra o governador Fernando Pimentel (PT). O petista foi alvo de muitas críticas, com manifestantes pedindo esclarecimentos sobre as denúncias da Operação Acrônimo, da Polícia Federal.
Para o engenheiro Alexandre Cardoso, de 44, a participação da população nos temas políticos do país devem ser constantes, independentemente de quais grupos políticos estiverem no poder. “Nosso recado para a classe política é apartidário e geral. Eles não acompanham o momento vivido pelo país, de passar a limpo nossos problemas e mudar a cultura de nossos representantes. Hoje as pessoas exigem ética e moralidade de quem serve à população”, afirmou. Os manifestantes fizeram homenagens às vítimas do acidente aéreo com a delegação da Chapecoense e, após ouvirem o hino do clube catarinense, foi feito um minuto de silêncio para que as pessoas lembrassem a tragédia. Por volta das 13h30, o movimento foi se dispersando. Não foram registradas confusões ou brigas..