"Eu recomendo alfafa, muita alfafa. In natura ou como chá. É própria para muares e equinos, acalma e é indicada para passeatas nonsense", escreveu o senador em seu perfil no Twitter, no domingo.
Na manhã desta segunda-feira, Requião fez uma transmissão ao vivo pelo Facebook e chamou a publicação de "alfafa, ironia e a necessidade da democracia". Ele destacou que havia tratado o assunto das manifestações com ironia e que foi atacado por suas publicações. "Eu não vou frouxar, peço a vocês que me assistem agora que não frouxem, não cedam, dureza contra a corrupção. Jamais vou aceitar o autoritarismo do fascismo, do nazismo ou do entreguismo que querem acabar com a soberania nacional", afirmou.
O senador disse que a manifestação que ele iria era a do Rio de Janeiro, por causa dos escândalos que abateram ex-governadores da sua sigla.
Vergonha
Requião é relator do projeto no Senado que criminaliza o abuso de autoridade praticado por agentes públicos, uma das propostas atacadas pelos protestos e que é visto como ameaça às investigações da Justiça. Em Curitiba, seu berço eleitoral, o senador e ex-governador foi um dos alvos da manifestação em frente à sede da Justiça Federal, local de trabalho do juiz Sérgio Moro. Faixas com a foto dele e da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) eram levantadas com a frase "Eles são a vergonha do Paraná".
O senador voltou a criticar as manifestações e disse que "felizmente" foram "muito pequenas". Ele frisou que defende a continuidade da Operação Lava Jato, mas direcionou críticas à força-tarefa da operação. "Não me imaginem contra uma operação como a Lava Jato. Aquela rapaziada do Ministério Público, o juiz Moro, prestaram trabalho monumental à sociedade. Mas eles estão equivocados quando se acham os melhores do mundo e querem se sobrepor à lei". O senador afirmou que seu posicionamento pode até custar um futuro mandato eleitoral, mas que preza pela "saúde democrática do País".
Requião pretende incluir na terça-feira, 6, na Ordem do Dia do plenário a votação de seu parecer sobre o projeto. Na internet, ele divulgou a versão de um substituto à lei propondo que não caracterize abuso de autoridade ato praticado com "avaliação aceitável dos fatos" desde que não contrarie e literalidade da lei. Também acrescentou no projeto a punição a agentes que decretarem a condução coercitiva de testemunhas ou investigados "desnecessariamente ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo".