Brasília - Os advogados do Senado protocolaram um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) na manhã desta terça-feira contra a decisão do ministro Marco Aurélio Mello que afastou o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência da Casa. Na peça, o Senado argumenta que a decisão do ministro do STF fere princípios constitucionais, entre eles o da separação entre os poderes.
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Ministro do STF afasta Renan da presidência do Senado Após afastamento de Renan, petista assume presidência do SenadoDeputados são surpreendidos com afastamento de Renan CalheirosCármen Lúcia deixa em aberto chance de plenário votar na 4ª liminar sobre RenanViana chega à residência da presidência do Senado para falar com Renan e Sarney"Por outro lado, é notório o esforço que o Poder Executivo solicitou à sua base para a votação de matérias de enorme relevo institucional, como, por exemplo, a PEC do Teto de Gastos (PEC n. 55, de 2016), que poderia restaurar a credibilidade econômica e das finanças do governo. Nesse sentido, a medida impugnada causa enormes prejuízos ao já combalido equilíbrio institucional e político da República", argumenta.
Na peça, o Senado pede em nome do peemedebista que o ministro Marco Aurélio reconsidere a decisão de segunda-feira ou então que a liminar seja julgada o quanto antes pela Corte - em sessão extraordinária convocada para isto ou, "no máximo", na primeira sessão ordinária, prevista para a quarta-feira, 7.
O ministro tem sinalizado que deve pedir manifestação de órgãos como a Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU) antes de liberar o caso para o plenário, o que poderia atrasar a análise do afastamento de Renan pelo plenário do STF.
O caso também pode ser levado ao plenário se o ministro Dias Toffoli liberar pedido de vista feito em ação que discute a possibilidade de réus assumirem cargo na linha sucessória da presidência da República. Há ainda uma ação com o ministro Luiz Edson Fachin sobre o mesmo tema, no qual o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede o afastamento de Renan da presidência do Senado.
A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, afirmou na manhã desta terça que irá incluir o caso na pauta do plenário tão logo o processo seja liberado por um dos relatores. "Tudo o que for urgente para o Brasil eu pauto com urgência", afirmou Cármen.
No recurso ao Supremo, os advogados do Senado afirmam que um Poder da República só pode interferir em outro quando há "ostensivo abuso de direito".
É usado ainda o argumento de que a decisão de recebimento da denúncia contra Renan, que o tornou o réu perante o STF no último dia 1º, ainda não tem eficácia, já que não foi publicada oficialmente. Por isso, sustentam os advogados do Senado, ainda estão pendentes recursos contra a decisão da Corte que abriu ação penal contra o senador por peculato. "Não é possível utilizá-la como pressuposto de fato do afastamento cautelar do agravante da Presidência do Senado Federal", afirmam..