Os advogados do Senado entraram com um novo recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão da decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, que afastou o senador Renan Calheiros da presidência do Senado, pelo menos até a análise do caso no Pleno do Supremo Tribunal Federal. A decisão está nas mãos da relatora Rosa Weber, para quem o processo foi distribuído em sorteio.
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Senado entra com novo recurso pedindo suspensão de afastamento de RenanRenan chega ao Senado ao lado de Viana e evita a imprensaMarco Aurélio submete ao Plenário do STF liminar que afastou Renan'A democracia no Brasil não merece este fim', diz Renan sobre decisão de não acatar liminarMesa diretora do Senado decide não acatar liminar de afastamento de Renan da presidênciaO recurso pede "a concessão do pedido liminar, sem oitiva da autoridade impugnada, para suspender os efeitos da decisão impugnada - e inclusive os efeitos procedimentais de sua eventual submissão a ratificação pelo Plenário - até final deliberação do presente mandado de segurança pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, ou, ao menos, até que a decisão liminar proferida na ADPF nº 402 seja referendada pelo Plenário, conferindo-se, assim, efeito suspensivo ao agravo regimental interposto nesta data".
De número 43.534, o mandado de segurança cita "intervenção na esfera de atuação do Presidente do Senado" e diz que a liminar foi "concedida, de afogadilho, antes da conclusão de voto-vista de outro Ministro no curso do julgamento definitivo (na ADPF 402), sem que estivessem minimamente preenchidos os requisitos legais e, ainda - o que parece mais relevante - com base em pressupostos de fato rigorosamente equivocados".
Renan Calheiros se tornou réu na quinta-feira, 1º de dezembro, quando, por 8 votos a 3, o Pleno do Supremo decidiu por abrir uma ação penal contra o presidente do Senado pelo crime de peculato.
Entretanto, o recurso afirma que, nos embargos de declaração, ainda poderia haver "modificação do resultado do julgamento", citando que três ministros votaram pela rejeição total da denúncia - Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
Alternativas
O novo recurso amplia as possibilidades de que a decisão de Marco Aurélio seja levada ao Pleno, algo que o ministro não se mostrava propenso a fazer, pelo menos em um primeiro momento. O ministro tem sinalizado que deve pedir manifestação de órgãos como a Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU) antes de liberar o caso para o plenário, o que poderia atrasar a análise do afastamento de Renan.
Na peça enviada mais cedo, o Senado argumenta que a decisão do ministro do STF fere princípios constitucionais, entre eles o da separação entre os poderes - e pedia que Marco Aurélio reconsiderasse a liminar ou levasse o tema para apreciação do plenário.
Outra possibilidade de plenário decidir sobre o assunto é se o ministro Dias Toffoli liberar pedido de vista feito em ação da Rede Sustentabilidade que discute a possibilidade de réus assumirem cargo na linha sucessória da Presidência da República. Há ainda uma ação com o ministro Luiz Edson Fachin sobre o mesmo tema, no qual o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede o afastamento de Renan da presidência do Senado.
Pauta
A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, afirmou na manhã desta terça que irá incluir o caso na pauta do plenário tão logo o processo seja liberado por um dos relatores. "Tudo o que for urgente para o Brasil eu pauto com urgência", afirmou Cármen..