Rio, 06, 06 - Já dura mais de duas horas o confronto entre manifestantes contrários ao pacote de austeridade proposto pelo Estado do Rio e policiais militares, que se espalha por várias ruas do Centro. O confronto, que neste momento ganha contornos de batalha campal, é o mais longo desde o início dos protestos contra o pacote, que começaram a ocorrer logo depois do anúncio das medidas, no início de novembro.
O protesto, organizado por sindicatos de servidores públicos, começou ainda de manhã, na frente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Do alto do carro de som, manifestantes disseram palavras de ordem pedindo a ocupação do Legislativo e policiais reagiram com bombas de efeito moral e gás de pimenta. O confronto começou por volta de 13h30.
No momento, o principal local de confronto é a Rua da Assembleia, que liga a Rua Primeiro de Março, onde está a Alerj, à Avenida Rio Branco, a principal do Centro do Rio. Manifestantes retiraram pedras portuguesas do calçamento das calçadas para lançar contra os policiais. A Polícia Militar (PM) está usando um veículo blindado, popularmente conhecido como "caveirão", para dispersar o protesto ao longo da Rua da Assembleia.
Pelo menos três focos de incêndio foram registrados. Manifestantes fizeram uma fogueira com cones de trânsito e lixo em frente à Igreja São José, ao lado da sede da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na Rua Primeiro de Março. Em outro ponto, um banheiro químico foi incendiado.
Enquanto isso, a sessão segue normalmente dentro da Alerj, embora alguns deputados tenham chegado a vestir máscaras de gás dentro do prédio. Já foram aprovadas duas medidas de cortes de gastos com o próprio Legislativo (no uso de carros pelos parlamentares e com recepções durante sessões solenes) e um dos projetos do pacote, que autoriza o governo a usar notificações eletrônicas em processos da Fazenda estadual.
Os deputados decidiram alterar o calendário de votações. Agora, as sessões irão até a próxima segunda-feira, dia 12. Inicialmente, o plano era seguir com as votações até o dia 15. Os sindicatos de servidores estão agendando uma paralisação geral para os dias 14 e 15..