A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter Renan Calheiros (PMDB-AL) no comando do Senado representou uma vitória do Palácio do Planalto, que atuou para salvar o aliado desde segunda-feira, logo após a liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello.
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Renan diz que decisão do STF foi 'patriótica' e fortalece democraciaSupremo decide se Renan Calheiros permanece no cargo Janot diz que Renan 'driblou' a Justiça e defende afastamento imediato dele Após desacatar liminar, Renan diz que decisão do STF 'é para se cumprir'Renan comanda primeira sessão plenária do Senado após ser mantido na presidênciaO Planalto tenta ainda desconstruir a tese de que houve um "acordão". "Não é acordão, mas entendimento entre Poderes", disse um auxiliar.
Temer estava satisfeito com a "retomada da normalidade institucional", que considera fundamental para devolver estabilidade política ao País e criar condições para o crescimento.
A fórmula encontrada pelo Supremo foi costurada com a ajuda do Planalto, ao longo de terça-feira, 6, quando Renan, depois de se recusar a receber a notificação para se afastar da presidência do Senado, se reuniu com o presidente.
O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), disse que a decisão do Supremo foi muito positiva. "A partir de agora as votações ocorrerão sem sobressaltos", afirmou. "Claro que tudo isso deixa sequelas, mas é muito bom ter essa questão resolvida de forma razoável." Para um assessor do presidente, o importante é afastar o clima de crise entre os Poderes. "Na política, vaca voa."
A equipe de Temer também avalia que o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), "contribuiu muito" para o desfecho do imbróglio. "Eu advoguei neste caso em meu desfavor e procurei ajudar para que não houvesse ruptura entre os Poderes", afirmou Viana.
O governo mandou emissários para conversar com o petista para que, caso assumisse o lugar de Renan, garantisse a votação da PEC do Teto no dia 13. O senador deu sinais de que não atrapalharia os planos do Executivo, apesar da pressão do seu partido.
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O presidente insistiu em que o momento é de "atravessar a ponte" e tentar sair da recessão. Se a decisão não fosse essa, a avaliação era de que poderia haver um baque no mercado, com queda das bolsas, nova alta do dólar e fuga de investidores. Mais cedo, ao sair de uma cerimônia, Temer já havia dito que "seguramente" a PEC seria votada na Terça-feira.
Críticas
O governo considerou "excessiva" a liminar de Marco Aurélio Mello afastando Renan do cargo. A decisão monocrática, segundo assessores, provocou instabilidade "inaceitável" e "desnecessária". Isso porque Temer não pretende viajar para o exterior, o que o obrigaria a transmitir o cargo para seu sucessor.
Mesmo em caso de ausência, o segundo na linha sucessória seria o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A única viagem que poderia ocorrer até a saída de Renan do cargo, em fevereiro, seria para Davos, entre 16 e 20 de janeiro, mas não há previsão na agenda..