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Estado de Minas

Temer adia escolha de novo articulador

Após indicação, Antônio Imbassahy (PSDB-BA) teve nome bombardeado pelo Centrão. José Aníbal (PSDB-SP) e Antonio Anastasia (PSDB-MG) também estariam na disputa


postado em 09/12/2016 00:12 / atualizado em 09/12/2016 09:48

A pressão feita pelo Centrão, bloco informal de 13 partidos da base aliada liderado por PP, PSD e PTB, à possibilidade de nomeação do líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA) para o cargo de ministro da Secretaria de Governo, tirou dele o favoritismo da indicação. Ciente de que é uma escolha delicada, o presidente Michel Temer deixou para a semana que vem a decisão.

Além de Imbassahy – que até o início da noite seria o nome favorito de Temer –, também foram especulados os nomes dos senadores José Aníbal (PSDB-SP) e Antonio Anastasia (PSDB-MG). Temer pretende conversar nos próximos dias com tucanos, peemedebistas, integrantes do Centrão e outros ministros para tentar escolher um nome que provoque o menor atrito possível.

A estratégia inicial era agradar o PSDB, que, nas últimas semanas, tem se apresentado como fiador da estabilidade política do Planalto. No mesmo dia em que Geddel Vieira Lima saiu do Ministério, abatido com as acusações feitas pelo ex-ministro de Cultura, Marcelo Calero, Temer almoçou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e sinalizou que gostaria de colocar um tucano à frente da pasta. Coube a Aécio fazer consultas internas sobre a validade de ter mais um ministro no governo. Mais do que um cargo, a demanda do partido era de ter maior influência nas decisões econômicas e no núcleo duro do governo.

Mas o governo ficou irritado com as especulações de que ampliaria as características da pasta só para agradar os tucanos. A informação é de que, além da articulação política e da oferta de cargos e emendas a parlamentares, a supersecretaria acumularia a negociação com movimentos sociais, trataria das questões federativas e poderia, até, trocar de nome para Secretaria de Governo e Federação.

A nomeação trouxe reações do Centrão, que também faz parte da base do governo. Os partidos ameaçaram paralisar a votação da reforma da Previdência na Casa. “Temos uma disputa interna pela presidência da Câmara. É uma disputa importante e praticamente todos que se apresentaram como candidatos são ligados à base do governo. Qualquer movimento que faça no sentido a ou b pode ser entendido como interferência”, disse o líder do PTB, Jovair Arantes (GO). “Acho que isso teria de ser discutido um pouco mais com esses setores”, completou.

Para outros líderes do Centrão ouvidos pelo Estado de Minas, anunciar Imbassahy significa interferir diretamente na briga pelo comando da Casa e apoiar a manobra de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para tentar a reeleição na Casa. “Todos sabiam que havia um acordo de que Maia não se candidataria e apoiaria a eleição de Imbassahy. Tirá-lo da disputa é um sinal de que Maia tentará a reeleição”, disse um deputado. O artigo 57 da Constituição e artigo 5º do Regimento Interno vedam a reeleição do presidente da Casa e de membros da Mesa no meio de uma mesma legislatura. Maia tenta usar argumento de que ocupou um mandato-tampão, por isso não se enquadraria. “Ele não pode ser candidato. Ele está impedido do ponto de vista constitucional", afirmou Jovair.

O líder do PTB é um dos pré-candidatos à Câmara e continua afirmando que o centrão buscará nome único para disputa o comando da Casa, no ano que vem. Além dele, Rosso e o líder do PP, Aguinaldo Timóteo (PB), são pré-candidatos. Segundo Jovair, o Centrão está construindo consenso e resolverá até a próxima terça-feira em torno de um nome único para a disputa. Há outros integrantes do grupo, porém, que discordam e afirmam que haverá mais de um nome na briga.


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