Pela segunda vez, o plenário do Senado adiou a votação do projeto de securitização de dívidas, que permite à União, aos estados e aos municípios venderem a instituições financeiras créditos que têm a receber de contribuintes. Os senadores não conseguiram um consenso sobre a destinação dos recursos, o que impediu a votação.
Na proposta original, que tem o respaldo do Ministério da Fazenda, 70% dos recursos advindos da securitização deveriam ser usados para a amortização de dívida pública e aporte em fundos de previdência e apenas 30% poderiam ser destinados a investimentos.
A questão dividiu senadores a favor das exigências dos estados, que gostariam de ter maior percentual para investimentos, e senadores que acreditam que os governadores deveriam se comprometer mais com a amortização das próprias dívidas. Sem consenso, o plenário decidiu adiar a votação.
O projeto prevê ainda que, ao comprar créditos de dívidas, o banco conta com deságio, ou seja, um desconto. Não há determinação de limite sobre o montante de recebíveis que poderão ser antecipados ou o valor do deságio, este último ficando a critério do banco.
A proposta também permite que bancos públicos participem da securitização, desde que não comprem créditos do ente que o controla. No caso, bancos federais como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica ficam impedidos de fazer aquisições de créditos da União, mas podem adquirir de estados e municípios. Da mesma forma, um banco estadual não pode comprar dívidas do seu próprio estado.